Um membro da Academia Russa de Ciência disse que ficou assustado quando ouviu uma autoridade dizer que o Brasil não precisa de tantos sociólogos e filósofos. Para ele, essa afirmação demonstra uma inacreditável falta de compromisso com o desenvolvimento do próprio país (segue 👇🏿)
Segundo as palavras do professor russo "não se pode pensar um projeto nacional sem conhecer profundamente o país que se quer transformar. E como fazer isso sem a filosofia e a sociologia?". Vocês contam para ele ou eu conto? (segue 👇🏿)
Ele me contou ainda que o governo russo AMPLIOU o investimento nos centros de pesquisa de humanidades, e o mesmo ocorreu na Alemanha e na China (👇🏿).
O duro foi contar para ele que esse descaso com a filosofia e a sociologia não começou agora, e que mesmo antes desse governo já havia uma desvalorização da filosofia e das ciências sociais. O atual governo não é só a causa disso, mas a consequência. (👇🏿)
Sou professor de filosofia do direito e cansei de ver colegas que hoje se assustam com as "ameaças à democracia", defenderem uma educação voltada para a "prática", menos "teórica". Diante do caos, a única "prática" que restou é fazer abaixo assinado e propor ação judicial.
Esse "praticismo" é o índice da ausência de um horizonte para a sociedade brasileira que não seja o de rastejar na direção de caricaturas (porque na "prática" eles não agem assim) dos países do capitalismo central. (👇🏿)
Não por acaso um dos primeiros movimentos de afirmação do autoritarismo e da nossa submissão aos interesses estrangeiros é a destruição de qualquer sinal de inteligência crítica. Basta ver como a ditadura militar e seus arremedos farsescos perseguem artistas e intelectuais 👇🏿
Em suma: a conversa com o professor russo reforçou a minha desconfiança em qualquer um que se diga preocupado com o país e não dê a devida importância à filosofia e à sociologia.
