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Essa minha 1ª thread é parte de uma pesquisa que fiz sobre o presidente. A arminha com a mão, por exemplo, é mais antiga do que supomos. Aqui, porém, volto a quando Bolsonaro pregava o fuzilamento de presidente. Será que ele defenderia a mesma ideia hoje? Fiz charge p/ acompanhar
Em um almoço no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, em 28/12/1999, o deputado deu a seguinte declaração (que foi noticiada pela @folha): “Para o crime que ele está cometendo contra o país, sua pena deveria ser o fuzilamento.” Falava contra a vida de @FHC, e não pela 1ª vez.
O @Estadao mostrou na época que Bolsonaro defendeu para o Brasil a adoção do que chamou de "padrão Hugo Chávez": "Se aparecer um oficial general, um militar qualquer que tenha como capitalizar para si os anseios da população, podemos partir para isso." Assim o fez, 20 anos depois
“Além dos limites” foi o título da análise do diretor de redação do @JornaldoBrasil: “Que o deputado Jair Bolsonaro tenha raiva do presidente @FHC não é uma posição original. Todas as pesquisas de opinião mostram que a maioria da população brasileira anda insatisfeita (...)”
"(...) O que é grave, gravíssimo, é um deputado federal, mesmo conhecido como fanfarrão e boquirroto, defender publicamente o fuzilamento do presidente (...)”
"(...) Fazendo isso, Bolsonaro está extrapolando os limites da convivência democrática e o Congresso, em nome da democracia, tem a obrigação de instaurar um processo de cassação do mandato dele por quebra de decoro.”
O presidente da Câmara comentou na @folha de 30/12/1999. “Todas essas manifestações são na verdade tentativas de rompimento constitucional. Falar de fuzilamento é uma irresponsabilidade”, disse a figura que hoje divide opiniões sobre rompimento constitucional: @MichelTemer.
A reportagem da @folha dizia que Bolsonaro “está desagradando parlamentares com suas declarações. Ele é considerado reincidente porque já pregou o fechamento do Congresso, entre outras polêmicas”.
No começo do ano 2000, o colunista Janio de Freitas recomendou que, ao contrário de perder o mandato, ele ficasse onde estava, acreditando que isso daria certeza às pessoas de que militar fora do quartel não é solução para os brasileiros. (Aspas no próximo tweet.)
“A frase de Bolsonaro que indignou @FHC é, de fato, uma imbecilidade perfeita (...). A indignação redobrou porque é a segunda vez que o bravo capitão fala no fuzilamento de Fernando Henrique (...).”
"(...) O capitão @jairbolsonaro celebrizou-se com uma reportagem sobre seu plano de explodir o abastecimento de água do Rio, como protesto contra o atraso na correção dos vencimentos militares (...).”
"(...) Em homenagem pela autoria desse plano, Bolsonaro foi eleito e reeleito deputado por militares que votam no Rio. Como deputado, Bolsonaro cumpre o mesmo papel que adotou quando oficial da ativa: desmoraliza manifestações e reivindicações miliares, mesmo que justas.”
Janio finalizou a coluna na @folha afirmando que quando Bolsonaro “se põe em cena, difunde mais a certeza de que os militares fora dos quartéis não seriam a solução para os 160 milhões de insatisfeitos e que “Seu caso não requer mais do que uma junta de psicoterapeutas.”
À @BandTV em maio de 1999, @jairbolsonaro havia dito pela 1ª vez sobre fuzilar @FHC e fechar o Congresso. Após repercussão, falou: "Se fosse o presidente fecharia o Congresso porque ele não funciona. Está a reboque do Executivo. Só vota o que o Executivo quer. Não é independente"
Dia depois da entrevista, saiu no @JornalOGlobo: “Uma carta de Jair Bolsonaro chegou no início da noite às mãos dos presidentes do Senado e da Câmara. Ele se desculpa pelo que disse 'em ambiente de radicalização' quando atacou o presidente e considerou o Congresso desnecessário."
A nota, redigida pela jornalista @TerezaCruvinel na coluna Panorama Político, dava conta de que a carta de @jairbolsonaro com o pedido de desculpas foi entregue depois que o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, tinha defendido a cassação do então deputado federal.
A mesma edição de 1999 do @JornalOGlobo trazia a matéria "Bolsonaro defende a livre expressão e teme punição". Segundo o texto, ao tomar conhecimento do pedido de cassação feito por ACM, o deputado ficou preocupado. "Se ele pediu minha cassação, vão me cassar mesmo."
A retratação oficial se deu por medo de cassação, mas não significou mudança de mentalidade. Na mesma matéria constava fala de Bolsonaro: "Prefiro ser cassado do que castrado. Tenho ou não tenho imunidade para emitir opiniões?"
A matéria do @JornalOGlobo relembrava que, no passado, Bolsonaro chegou a ser processado por faltar com o decoro em declarações semelhantes, mas foi absolvido pela CCJ. @MichelTemer, presidente da Câmara, temia que um novo processo contra Bolsonaro não desse em nada. Estava certo
Alimentado pela impunidade, Bolsonaro repetiu, meses depois, o ato do qual se desculpara meses antes. Na segunda vez que pediu o fuzilamento de @FHC, disparou: "Esta é uma Casa política. Vou permanecer nela por muitos e muitos anos. Para felicidade de alguns e tristeza de outros"
Do lado de cá, cerca de duas décadas depois, fica mais claro entender por que o candidato, em plena campanha presidencial de 2018, chamou seus eleitores para “fuzilar a petralhada aqui do Acre”. É uma tradição do presidente querendo fuzilar presidente; gente querendo matar gente.
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