A consultoria Eurasia Group, supra-sumo da análise de riscos globais, divulgou na semana passada seu aguardado relatório anual de "Top Risks" para 2020.
Seguem os dez pontos a serem monitorados com extrema atenção (sempre de acordo com a Eurasia):
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Pior ambiente político para eleições presidenciais desde 1876, risco de deslegitimação do resultado.
Só 39% dos democratas acreditam em eleição limpa. Chance de confronto nos tribunais, como Bush x Gore, mas com uma diferença: quem perder, pode não reconhecer o vencedor.
🇺🇸 e 🇨🇳 caminham para padrões tecnológicos, ambiente de softwares e cadeias de fornecimento diferentes: 5G, pagamento por celulares, e-commerce, serviços financeiros. Competição na inteligência artificial.
Para onde vai cada região do mundo?
Com essa divisão se acentuando, tensões podem surgir em novos campos: Hong Kong e Taiwan (soberania), Xinjiang (liberdade religiosa), Mar do Sul da China (segurança nacional). Já tivemos um aperitivo que mostra a sensibilidade: boicote chinês à NBA.
Multinacionais têm metade do comércio global, um terço da produção, 25% do emprego. Muitos achavam que elas preencheriam vazio deixado por governos em mudanças climáticas, combate à desigualdade, etc... Mas elas estão sendo incapazes.
O primeiro mandato de Narendra Modi foi aplaudido pelos mercados e teve o maior crescimento de uma economia no planeta. O segundo mandato vê uma desaceleração econômica forte, sectarismo religioso, controle da internet, autoritarismo.
As novas lideranças europeias acham que a UE foi ingênua em sua pregação multilateralista.
Agora falarão mais grosso: taxação sobre big techs (Google, Facebook), discurso duro com 🇨🇳, acordos de livre comércio com cláusulas ambientais (alô Mercosul!).
O planeta caminha rumo a um aumento de 3,5°C até 2100. Líderes políticos não conseguem reverter essa trajetória.
Mas a sociedade civil está se organizando, protestos crescem, há pressão sobre empresas (sobretudo setores como petróleo, automotivo, carnes).
Falhou a política americana para nações do mundo árabe predominantemente xiitas. Quais as implicações?
Instabilidade regional, risco de uma guerra com o Irã, pressão sobre preços do petróleo, Iraque na órbita irananiana, Síria sob influência da Rússia ou de Teerã.
O povo está descontente com baixo crescimento econômico, má qualidade dos serviços públicos e escândalos de corrupção.
Risco de mais manifestações, deterioração fiscal e até ameaças de militares. Muita polarização.
O presidente Recep Erdogan já entrou em declínio. Sua popularidade entre os jovens é baixa. Ele fica na corda bamba. Mas o comportamento de Erdogan é agressivo diante de críticas externas e internas, ameaças, confrontação. Turquia ainda piora antes de melhorar.