A publicação de um vídeo de orientação nazista por parte de um secretário de Estado nos alerta não apenas a respeito do quão repugnante é a defesa do nazismo, mas quão urgente é a rejeição de todas as formas de antissemitismo e violência política. Este ainda é um problema atual.
Há grupos políticos em atividade sem pudor em atacar os judeus escondidos atrás do verniz do antisionismo. Tais grupos distorcem a organização política judaica usando o mesmo discurso que os antissemitas atribuíam aos judeus nas teorias conspiratórias que inspiraram o Holocausto.
Há grupos políticos que, escondidos atrás desse sentimento, queimam bandeiras do Estado judeu à luz do dia e lamentam a morte de terroristas abertamente antissemitas - enquanto paradoxalmente defendem a violência física contra grupos neonazistas.
Esses grupos não possuem qualquer problema em alimentar teorias conspiratórias associando os judeus à ganância, à avareza e ao controle do mundo, e em apoiar a luta de líderes políticos, ditadores e genocidas indiscutivelmente antissemitas - de Jeremy Corbyn a Hugo Chávez.
Tais grupos não rejeitam o nazismo porque esta é uma ideologia que aniquilou milhões de vidas inocentes - esses mesmos grupos, afinal, são perfeitamente capazes de apoiar regimes responsáveis pela morte de um conjunto ainda maior de pessoas, composto inclusive por judeus.
Tais grupos tampouco rejeitam o nazismo porque ele é totalitário - esses mesmos grupos, afinal, são perfeitamente capazes de apoiar governos totalitários que aniquilaram a liberdade de imprensa, política, religiosa, sexual e de expressão, por um período de tempo ainda maior.
Tais grupos tampouco rejeitam o nazismo por desrespeitar a soberania de outras nações e planejar dominar o mundo - esses mesmos grupos, afinal, são perfeitamente capazes de apoiar governos que anexaram parcelas ainda maiores de países na sanha em criar uma ditadura universal.
Tais grupos tampouco rejeitam o nazismo por seus terríveis campos de concentração - esses mesmos grupos, afinal, são perfeitamente capazes de apoiar genocidas que condenaram um número ainda mais expressivo de pessoas inocentes para os mesmos lugares, inclusive judeus.
Tais grupos rejeitam o nazismo pelo mais recalcado motivo: apenas porque os nazistas eram seus adversários políticos na última grande guerra, dividindo o protagonismo na luta pelo domínio totalitário do planeta.
No fundo, este é o mesmo sentimento que o ódio por uma gang rival.
No fundo, este é o mesmo sentimento que o ódio por uma gang rival.
Quem não é capaz de condenar regimes totalitários que promoveram campos de concentração, censura, genocídio e perseguição a minorias políticas, religiosas, sexuais e econômicas, dorme de conchinha com o mesmo pessoal que exalta quem andava por aí carregando uma suástica no braço.
