A startup nasce se propondo a agilizar a entrega de um serviço/conteúdo. E convida todo um setor a fornecer o serviço/conteúdo que a startup é incapaz de fornecer.
O setor atende ao chamado. E se adapta às regras da startup validando a parceria.
O setor atende ao chamado. E se adapta às regras da startup validando a parceria.
Quando o faturamento da startup chega à casa dos bilhões, a startup em si vira dona do setor. E faz gato e sapato dele. Seleciona uns poucos preferidos, muda regras que já eram obscuras tornando-as ainda mais obscuras, larga os mais fracos sem qualquer remorso...
...e lucra cada vez mais enquanto todo um mundo de profissionais que atenderam ao chamado lucra cada vez menos, ao ponto de boa parte simplesmente falir e/ou abandonar o ramo.
O roteiro resumido acima conta a história de aplicativos de carona com motoristas, de aplicativos de entrega com restaurantes, de redes sociais, players multimídia e sistemas de busca com geradores de conteúdo... E contará a de vários outros ramos.
O pior é o esforço intelectual para validar um prática que tem gerado oligopólios, precarizado o trabalho, e ampliado a distância entre os poucos que têm muito e os muitos que se estapeiam por migalhas.
Não falo nem a respeito de leis. Falo de decência mesmo. Se um grupo de indivíduos me ajuda a subir, quando eu estiver lá em cima, demonstrarei um mínimo de gratidão e jamais darei as costas a eles.
Mas não é o que acontece. E não falta quem aplauda tamanha indecência.
Mas não é o que acontece. E não falta quem aplauda tamanha indecência.
