“É preciso entregar.”
Ouvi muito isso na última década. É praticamente um mantra do mercado. Que é basicamente: ou você cumpre o que promete, ou você não serve.
Ouvi muito isso na última década. É praticamente um mantra do mercado. Que é basicamente: ou você cumpre o que promete, ou você não serve.
A promessa do crescimento a 2% eu ouço desde que Michel Temer assumiu como interino. Passados quase 4 anos daquele maio, seguimos sob a mesma promessa. Hoje, tenho mais fé na chegada de Godot.
O desemprego segue nos dois dígitos. O dólar a 3 reais foi explorado como promessa de campanha. Houve até quem falasse em 2 reais. Mas 4 reais virou o novo normal. E já tememos os 5 reais.
E não adianta reclamar de torcida contra. Eu estive em campo em todas as batalhas: impeachment, PEC do teto, reforma da Previdência, cobrança de bagagens... Tinha austeridade no meio, tinha meu apoio.
Crise externa? Não vivenciamos uma pior que a de 2008. Eis o que aconteceu com o dólar naquele tempo. Ao término do segundo ano, já estava abaixo do início do primeiro. 
Podem dar mil desculpas. Talvez sejam justas. Mas um fato é que ainda não entregaram o que prometeram. “É preciso entregar”, lembram?
Aqui, fora do alcance da Faria Lima, a vida continua bem difícil. De termos que baixar o padrão de vida para sobreviver.
Aqui, fora do alcance da Faria Lima, a vida continua bem difícil. De termos que baixar o padrão de vida para sobreviver.
E há um elefante ali na sala. Todo o entusiasmo com a retomada —que ainda não é vista a olho nu— ignora que estamos sob um comando que diariamente, com fins autoritários, gera crises totalmente desnecessárias.
Até 31 de dezembro de 2018, crises do tipo impactavam diretamente a saúde econômica do país. Desde 1° de janeiro de 2019, como que por mágica, elas deixaram de impactar.
Mas... Deixaram mesmo?
Pois é.
Mas... Deixaram mesmo?
Pois é.
