Thread by @danieljosebr

Sabe por que os Estados Unidos foram radicais nas medidas cancelando vôos da Europa e sendo criticado? Tem a ver com o um relatório da Imperial College, comentados por Jeremy Young.

Ele mostra o quão grave é o assunto e porque TRUMP foi radical. Vou resumir os principais pontos.

Pesquisadores da Imperial College (Londres) utilizaram taxas de infecção e mortalidade da China, Coréia e Itália para modelar a epidemia e fizeram simulações com alguns cenários:

O primeiro: o que acontece se os EUA não fizerem absolutamente nada, se for tratado como uma gripe?

Se os EUA deixarem os negócios continuarem e o vírus seguir seu curso, eis o que aconteceria:

- 80% dos americanos pegariam a doença.
- 0,9% deles morreriam.
- Entre 4 e 8% de todos os americanos com mais de 70 anos morreriam.
- 2,2 milhões de americanos morreriam pelo COVID-19.

Esses números não consideram o sobrecarregamento dos hospitais.

Pessoas com COVID precisam usar ventiladores.
50% daqueles em ventiladores morrem.

Mas no cenário sem mitigação, a necessidade de ventiladores é 30x o núm. disponível nos EUA. Ou seja, ~100% dos pacientes morrem.

E portanto, aqueles 2,2 milhões de mortos, seriam, na verdade, mais próximo de 4,4 milhões de americanos. E MESES!

Quantas são 4,4 milhões de pessoas?

- É a Croácia inteira morrendo.
- São 2/3 do número de mortos pelo Holocausto.
- 4x o que matou toda a guerra civil americana.

E se extrapolássemos esse número para o resto do mundo?

Jeremy Young fez essa análise. Este cenário isso traria 90 milhões de mortes pelo COVID-19 entre 3-6 meses no mundo!

- 15 Holocaustos
- 1,5x mais pessoas que morreram na II Guerra Mundial.
- O equivalente a Alemanha.

Esses números, porém, assumem algo irreal: que países fiquem inatos. A Imperial College, por isso, refez o estudo com estratégia de mitigação:

- Todos os casos sintomáticos nos EUA isolados.
- Famílias desses casos em quarentena.
- Idosos com mais de 70 anos isolados.

A ideia tentar diminuir a propagação para as pessoas mais vulneráveis e evitar a sobrecarga de hospitais. Ou seja, achatar a curva.

E achatou, mas pouco!

- A taxa de mortalidade é reduzida 50%.
- Mas ainda morreriam 1,1 milhão de americanos.

O pior, a necessidade de ventiladores cai em 2/3, mas ainda excede em 8x o número de ventiladores nos EUA.

Ou seja, na verdade o número de mortes seria ~2 milhões.

É necessário fazer muito mais!!! Então a Imperial College fez outra simulação assumindo "Paralisação total".

"Paralisação total" (eles utilizam "suppression") significa:

- Isolar casos sintomáticos, colocando em quarentena os familiares
- Distanciamento social para toda a população
- Todas reuniões públicas, maioria dos locais de trabalho fechados;
- Escolas e universidades fechadas.

"Paralisação total" funciona!

A taxa de mortalidade nos EUA atinge o pico em 3 semanas, mas depois diminui. Nesse caso, haveria ~160 mil mortes.

Isso acontece SEM exceder o número de ventiladores disponíveis. Mas ainda alto.

Agora, dá pra ter noção do quão grave é a epidemia?