#Thread 💡O #WorldEnergyOutlook, da @IEA, a Agência Internacional de #Energia, é uma espécie de guia fundamental das perspectivas globais na área da #energia. Deixo-vos aqui uma síntese das principais ideias na edição agora publicada que me chamaram a atenção. (1/10)
Primeira nota: o consumo global de energia este ano cai 5%, com o consumo de petróleo a baixar 8%, o de carvão 7%, o de gás natural 3% e o de eletricidade 2%. As emissões de #CO2 associadas ao consumo de energia baixam 7%. Só há perspetiva de crescimento nas renováveis: (2/10)
Segunda nota: se qualquer outlook já tem uma elevada dose de incerteza, a #pandemia de #COVID19 veio agravar essa imprevisibilidade quanto à evolução da procura para a década. Eis o gráfico que a @IEA nos deixa: (3/10)
Terceira nota: a @IEA prevê aumento da população sem acesso a energia, nomeadamente em África, o que será um retrocesso na trajetória que vinha sendo seguida. É um ponto relevante que nos permite questionar: em Portugal pode a pobreza energética agravar-se com a pandemia? (4/10)
Por cá a tarifa social da eletricidade abrange 778 mil consumidores, quase 13% do mercado, e já leva 5 anos a dar um desconto de 33,8% na "conta da luz" (amp.expresso.pt/economia/2020-…), mas o acesso ao "conforto energético" é ainda caro para muitas famílias. (5/10)
Quarta nota: "Solar becomes the new king of electricity", diz-nos a @IEA, e olhando para Portugal não podia ser + certeira. Embora a hídrica ainda seja a maior fonte renovável (no mundo e por cá), a solução que + cresce e + investimento atrai é a solar. Os dados mundiais: (6/10)
E a realidade nacional: temos 950 MW de capacidade solar instalada, o #OE2021 assume que em 2021 serão instalados pelo menos 700MW, os dois leilões já realizados garantiram 2000MW e os acordos com a @REN_PT vão trazer outros 3500MW. Uma avalanche de centrais solares. (7/10)
Quinta nota: esta forte expansão solar e a falta de competitividade da produção termoelétrica criam profundos desafios ao sector e um deles será a preparação das redes elétricas para a acrescida incorporação de renováveis e de soluções de flexibilidade. (8/10)
Essa flexibilidade virá das baterias acopladas a centrais solares e eólicas, de barragens com bombagem e de tarifas dinâmicas que incentivarão famílias e indústrias a otimizar o consumo em função das horas com melhores e piores preços. E ainda a mobilidade elétrica. (9/10)
Para + perspetivas e elementos podem consultar o resumo do #WorldEnergyOutlook, aqui: iea.org/reports/world-… 💡O documento na íntegra custa €120 💡Mas se quiserem manter-se atualizados em múltiplos domínios e não só na #energia podem sempre ler e assinar o @expresso 😉 (10/10)
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Esta é uma mini #thread sobre subsídios na #energia 💡 A @EU_Commission publicou hoje um enorme acervo de documentos sobre o estado da União da Energia. Entre essa documentação está uma interessante análise da subsidiação deste sector (até 2018). (1/5)
Conclusões: de 2015 a 2018 os subsídios na energia cresceram 5% na UE, para €159 mil milhões em 2018. Subsídios às renováveis subiram 4% e à eficiência energética 21%. Ou seja: cresceu + a subsidiação que favorece o consumidor do que a que beneficia os produtores. (2/5)
Mas há mais. As renováveis têm um peso dominante, mas a subsidiação de fontes fósseis é muito substancial. Ora vejam quem + subsidia em valor absoluto na UE, para onde vão os apoios, e qual o peso dos subsídios em % do PIB. (3/5)
Mais umas notas sobre #energia 💡#Thread 💡 A política energética é um dos temas que mais me interessam como jornalista especializado em energia, porque trata de opções que condicionam o futuro de cidadãos e empresas enquanto consumidores. E não só. (1/17)
Nos últimos 10 anos a escrever sobre o tema houve 5 secretários de Estado da Energia e a minha perspetiva pode estar condicionada por desconhecimento dos anos + longínquos, mas o relatório da CPI das rendas da energia ajuda a fazer a retrospetiva (2/17) 👇app.parlamento.pt/webutils/docs/…
Esse relatório evidencia que a criação de remunerações garantidas aos produtores de eletricidade começou no início dos anos 90 e continuou até hoje. Essas rendas foram concedidas pelos vários governos desde então. Não são um exclusivo desta ou daquela cor política. (3/17)
Foi um bom negócio para o FCPorto? Aparentemente sim. Um jogador ainda com pouca experiência na equipa principal sair por €40 milhões, conhecendo o balanço da SAD, é um importante balão de oxigénio. Também o seria para o #Sporting. Para o #Benfica menos ... (2/19)
porque entre os balanços dos ditos 3 grandes o Benfica tem, de facto, as contas mais robustas. O que mais me interessa no negócio não são tanto os protagonistas, mas antes o contexto da operação: o futebol na Europa continua a viver de intensa especulação. (3/19)
Leilão #solar, análise preliminar 💡 Portugal já tinha entrado no radar da indústria solar global em 2019 com um recorde de preço e volta em 2020 a chamar a atenção com novo leilão, cujo relevo tentarei descrever de seguida nesta #thread (1/13)
O leilão de 2019 destacou-se sobretudo por um ganho direto para o sistema elétrico (leia-se consumidores), que o Governo estimou em €600 milhões a 15 anos, efeito de lotes com preço fixo de venda da energia e de lotes em mercado com pagamentos ao sistema. (2/13)
O leilão de 2020, ainda a meio, já se está a destacar por preços inéditos, recorde nacional e global, com várias particularidades. Por um lado, os lotes estão a ser ganhos por propostas de produção/venda em mercado com baterias + contrapartida ao sistema. Por outro lado, (3/13)
Vamos falar sobre #eletricidade? O #hidrogénio, as #renováveis e a #faturadaluz são temas que facilmente provocam indignação, do comum consumidor até aos opinion makers. Claro que todos temos direito à indignação, mas façamo-lo de forma informada. Segue a #thread (1/23)
No @expresso Clemente Pedro Nunes contesta o #hidrogénio argumentando que não se deve repetir a subsidiação de mais de uma década de #renováveis. Diz que a energia solar gera sobrecusto de €600 milhões/ano e se juntarmos eólica €2 mil milhões. Aqui: leitor.expresso.pt/semanario/sema… 2/23
Mas os números não têm adesão à realidade. Conforme nos mostram os dados da ERSE, as fotovoltaicas este ano terão um sobrecusto de €128 milhões e as eólicas um sobrecusto de €497 milhões. Os dados estão aqui 👇 (3/23)
#Thread: A estratégia para o #hidrogénio tem a sua versão final publicada aqui ➡️ dre.pt/web/guest/home… ⬅️ e aqui ficam os principais números e elementos num minuto ou dois (1/7)
Serão €7 a €9 mil M de investimento (privado), parcialmente apoiado por €900 a €1000 milhões de fundos públicos até 2030, dos quais €400M/€450 M para o investimento (Portugal 2020 e Portugal 2030) e €500M-€550M para cobrir sobrecusto do H2 face ao gás natural (2/7)
Esta parcela para o sobrecusto, garantindo que famílias e empresas não pagarão + pelo gás com a incorporação de H2, virá sobretudo do Fundo Ambiental, cuja receita se concentra na venda de licenças de CO2: o custo de poluir subsidiará o custo de uma tecnologia mais limpa (3/7)