Se você vive com HIV, adere ao tratamento, realiza todos os exames, vai às consultas, consegue manter um “estilo de vida saudável": você está fazendo muito, dentro do que você é possível e tem de disponível tecnologicamente falando para cuidar da saúde.
Ainda assim, é comum (e esperado) adoecer por outros motivos, ficar gripado, ter constipação intestinal, ou diarreia, por exemplo. Isso porque estamos susceptíveis à vida e às interações com outras pessoas e ambiente.
Mas importante lembrar que quando falamos que a vida é
maior que o vírus, é porque ela é realmente muito maior que o vírus. E você - todes nós - continuamos vivendo, realizando nossas atividades, nossos projetos, se alimentando, expostos/as/es e em interação com o ambiente o tempo todo. E adoecer também faz parte de viver.
A adesão a TARV não pressupõe a solução e controle de todas as doenças que se possa vir a ter. Caso esse pensamento exista por aí, precisamos muito desmitificá-lo. Achar que tudo o que sente de diferente ou incômodo é produto da falha do tratamento ou efeito colateral, é
um sinal que devemos ficar atentos a nossa saúde, especialmente a mental. Nem sempre esse pensamento é alimentado com falta de informação. O estigma sobre viver com HIV e efeitos da TARV também podem acabar sendo incorporados pela pessoa, e isso pode gerar insegurança e
desconfiança acerca de uma descoberta científica consolidada.
É possível que isso afete questões psicossociais, como desenvolver preocupações excessivas com uma situação que você não possui pleno controle, diminuição de energia e vontade fazer coisas que antes te davam alegria
e prazer em decorrência da possibilidade de adoecer, entre outras. As relações com outras pessoas também podem ser afetadas, uma vez que o aumento do medo frente a várias situações pode fazer com que se evite mais riscos, inclusive o risco de se relacionar (
nesse sentido quero dizer que, se estamos vivos/as/es, estamos interagindo o tempo todo com o ambiente e com as pessoas, inclusive afetivo e sexualmente, e não temos controle de tudo o que acontece). E está tudo bem.
Nessa vida, estamos todes no mesmo rio.
Mesmo que talvez sigamos em barcos diferentes. Assim, não podemos esquecer que muita gente não consegue aderir a TARV, e não porque não quer ou não tem vontade, mas por conta de vulnerabilidades sociais. Por exemplo, sem acesso a água e alimentação segura e saudável, como esperar
que as pessoas tomem um medicamento todos os dias?
A atenção que proponho aqui é para os casos em que, no fundo, temos algum sinal de que há uma preocupação excedendo ao que estamos acostumados/as/es. Não é para negar que pode haver falhas e/ou efeitos colaterais a TARV.
São Paulo atingiu a marca de 10 mil pessoas utilizando PrEP pelo SUS.
E tem sido uma das cidades que conseguiu reduzir o número de novas infecções por HIV.
Pense nisso quando tentar enxergar a PrEP como prejudicial, quando é uma política pública que melhora e salva vidas.
"- Doutor Maravilha, você também vai tomar a PrEP?" "- Vai transar sem preservativo, né safadinho?! 😂" "- Pra quê serve essa tal de PrEP?’ Há algum tempo recebo perguntas acerca deste assunto que gosto tanto, a #prevenção do HIV/AIDS, no que concerne à
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). E sim: eu, #médico, #infectologista, #gay, que fiz usos repetidos de #PEPhiv (profilaxia pós-exposição) nos últimos tempos, tenho indicação de utilizar mais esta ferramenta. Pertenço à uma das populações com indicação para esta abordagem.
Quais os benefícios da previdência social para uma pessoa vivendo com HIV/Aids?
Puxe o fio do brilhante advogado da #equipemaravilha, Vinícius Melo.
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Olá meus querides! Como vocês estão? Atendendo a pedidos, hoje eu quero falar com vocês a respeito dos benefícios previdenciários a que uma pessoa vivendo com HIV tem direito. Vale ressaltar desde já que aqui nesse post falarei de aspectos gerais das regras da previdência,
entretanto, cada caso tem suas particularidades e elas devem ser observadas por um advogado.
Antes de mais nada é importante frisar que salvo algumas exceções, os benefícios concedidos pelo INSS possuem período de carência que nada mais é do que um tempo mínimo de contribuições
● Anal receptivo - 1 transmissão a cada 72 atos sexuais
● Anal insertivo - 1 a cada 900
● Relações pênis-vaginais receptivas - 1 a cada 1.250
● Relação peniana-vaginal insertiva - 1 a cada 2.500
● Sexo oral-peniano receptivo ou insertivo - 4 em 10 mil
Fonte
Revisão sistemática do UpToDate, 2014.
Pode parecer pouco num primeiro olhar, mas os riscos podem variar se houver outras IST’s no momento, principalmente ulceradas (15x mais), carga viral da parceria (muito importante) e até fatores genéticos.
Prevenção é o caminho.
Atos insertivos geralmente são das pessoas ‘ativas’ e receptivos das pessoas ‘passivas’.
Uma lesão ulcerada de sífilis pode aumentar a chance de transmissão de 10 a 15x, por exemplo. E presença de outras IST’s também.
Na verdade eu não julgo, pois a descoberta da própria sexualidade ainda é um tabu para muitos, quando deveria ser encarada com paciência e naturalidade.
e quem ‘gosta’. Ou por quem sente tesão. E sofre com isso.
Estamos num sistema em que todas pessoas que não sejam heterossexuais ou cisgêneros são rechaçadas, e isso faz muita gente viver no ‘armário’ por muito tempo.
Conjunturas familiares, econômicas, políticas, raciais, até como uma forma de garantir a própria sobrevivência.
Já vi gente que recalcou tanto o próprio desejo que hoje em dia não sabe direito quem é mais. Ou de quem ‘gosta’. Ou por quem sente tesão. E sofre com isso.
No verdade, eu particularmente acredito na teoria de que ninguém é 100% gay ou 100% hétero. Pelo menos não o tempo todo.
Continuando nossa série #CorposDiversos, que contempla a diversidade da anatomia humana, vamos falar hoje do capuz do clitóris ou prepúcio clitoriano.
E também sobre a diferença da clitoropexia e mutilação genital feminina.
Um post para todas as pessoas com vulva/vagina.
O capuz do clitóris, ou prepúcio clitoriano, é uma prega de pele que envolve e protege a glande do clitóris. É basicamente o equivalente do prepúcio em pessoas com pênis.
E, assim como os lábios da vulva, os capuzes do clitóris vêm em todas as formas, tamanhos e cores. E isso é lindo.
Muitas pessoas temem que seu capuz não pareça "normal", mas realmente não existe “normal”. Existe natural.
‘Eu achava que sarna era coisa de gente desleixada.
E que HIV era coisa de gente promíscua.
E que tuberculose era coisa de gente pobre.’
Doenças infectocontagiosas acontecem com TODES.
São sociais.
E ser pobre, ‘promíscuo’ e desleixado não são problema. A desigualdade é.
O mais lindo da minha especialidade é exatamente isso: tudo pode acontecer. E com todes.
E tudo tem solução.
Vou perguntar onde você mora, com quem você mora, como você transa, pra onde você viaja, o que você come e o que você faz no tempo livre.
Vou te ver inserido no meio ambiente.
Viver neste planeta traz alguns riscos. A natureza não vai parar pra te dar licença.
Os ‘bichinhos’ estão aí desde muito antes de nós. Então as infecções infecto parasitárias existem.