São Paulo atingiu a marca de 10 mil pessoas utilizando PrEP pelo SUS.

E tem sido uma das cidades que conseguiu reduzir o número de novas infecções por HIV.

Pense nisso quando tentar enxergar a PrEP como prejudicial, quando é uma política pública que melhora e salva vidas.
"- Doutor Maravilha, você também vai tomar a PrEP?" "- Vai transar sem preservativo, né safadinho?! 😂" "- Pra quê serve essa tal de PrEP?’ Há algum tempo recebo perguntas acerca deste assunto que gosto tanto, a #prevenção do HIV/AIDS, no que concerne à
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). E sim: eu, #médico, #infectologista, #gay, que fiz usos repetidos de #PEPhiv (profilaxia pós-exposição) nos últimos tempos, tenho indicação de utilizar mais esta ferramenta. Pertenço à uma das populações com indicação para esta abordagem.
E então, por que não usar?

O exemplo é o melhor argumento.

A PrEP na verdade é algo que pode ser utilizada por qualquer pessoa (salvo as contraindicações formais), como uma maneira de prevenção do HIV, mas no Brasil, como estratégia de saúde pública via #sus,
está inicialmente indicada para 4 grupos prioritários:

1 - #Gays e outros #HSH (Homens que fazem sexo com homens) que tenham tido alguma IST (infecção sexualmente transmissível) nos últimos meses ou utilizado PEP de forma recorrente;
2 - Pessoas #trans e #travestis;
3 - Trabalhadores do #sexo;
4 - Casais #sorodiferentes (principalmente naqueles em que um dos parcerias ainda não está indetectável). Não, não existe grupo de risco! Mas existem pessoas que podem estar circunstancial ou estruturalmente mais vulneráveis a se infectarem.
Não, a PrEP não substitui preservativo. Eu COMBINO a PrEP com preservativo, gel e testagem. E tem dado muito certo. Sabemos que há uma epidemia de sífilis e gonorreia multirresistente rolando.

Ela protege apenas contra o HIV (e diga-se de passagem muito eficazmente)
mas não é para ser utilizada isoladamente.

Temos maneiras diferentes de experienciar nossa sexualidade, portanto cada um deve se autoanalisar, procurar um serviço de referência e optar pela melhor forma (ou formas) de prevenção.
A PrEP pode ser obtida gratuitamente nos centros de referência em HIV (SAE e CTA) e comprada por cerca de 150 reais mensais com acompanhamento com infectologista particular.

#doutormaravilha #hiv #aids #prephiv #Sexualidade #saudelgbt #gaysp #instagay #gaydoctor #infectologia

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More from @DoutorMaravilha

21 Feb
Será que para ter saúde após um diagnóstico de HIV/Aids é só ter acesso à medicação?

O que pode ser feito para uma abordagem mais integral desta população?

Com a incrível psicóloga Giovana Meinberg da #EquipeMaravilha Image
Se você vive com HIV, adere ao tratamento, realiza todos os exames, vai às consultas, consegue manter um “estilo de vida saudável": você está fazendo muito, dentro do que você é possível e tem de disponível tecnologicamente falando para cuidar da saúde.
Ainda assim, é comum (e esperado) adoecer por outros motivos, ficar gripado, ter constipação intestinal, ou diarreia, por exemplo. Isso porque estamos susceptíveis à vida e às interações com outras pessoas e ambiente.

Mas importante lembrar que quando falamos que a vida é
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21 Feb
Quais os benefícios da previdência social para uma pessoa vivendo com HIV/Aids?

Puxe o fio do brilhante advogado da #equipemaravilha, Vinícius Melo.

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Olá meus querides! Como vocês estão? Atendendo a pedidos, hoje eu quero falar com vocês a respeito dos benefícios previdenciários a que uma pessoa vivendo com HIV tem direito. Vale ressaltar desde já que aqui nesse post falarei de aspectos gerais das regras da previdência,
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Antes de mais nada é importante frisar que salvo algumas exceções, os benefícios concedidos pelo INSS possuem período de carência que nada mais é do que um tempo mínimo de contribuições
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15 Feb
Transmissão do HIV

● Anal receptivo - 1 transmissão a cada 72 atos sexuais
● Anal insertivo - 1 a cada 900
● Relações pênis-vaginais receptivas - 1 a cada 1.250
● Relação peniana-vaginal insertiva - 1 a cada 2.500
● Sexo oral-peniano receptivo ou insertivo - 4 em 10 mil
Fonte

Revisão sistemática do UpToDate, 2014.

Pode parecer pouco num primeiro olhar, mas os riscos podem variar se houver outras IST’s no momento, principalmente ulceradas (15x mais), carga viral da parceria (muito importante) e até fatores genéticos.

Prevenção é o caminho.
Atos insertivos geralmente são das pessoas ‘ativas’ e receptivos das pessoas ‘passivas’.

Uma lesão ulcerada de sífilis pode aumentar a chance de transmissão de 10 a 15x, por exemplo. E presença de outras IST’s também.
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14 Feb
Vocês também já tiveram essa fase? 👀 😂

Na verdade eu não julgo, pois a descoberta da própria sexualidade ainda é um tabu para muitos, quando deveria ser encarada com paciência e naturalidade.

e quem ‘gosta’. Ou por quem sente tesão. E sofre com isso.
Estamos num sistema em que todas pessoas que não sejam heterossexuais ou cisgêneros são rechaçadas, e isso faz muita gente viver no ‘armário’ por muito tempo.

Conjunturas familiares, econômicas, políticas, raciais, até como uma forma de garantir a própria sobrevivência.
Já vi gente que recalcou tanto o próprio desejo que hoje em dia não sabe direito quem é mais. Ou de quem ‘gosta’. Ou por quem sente tesão. E sofre com isso.

No verdade, eu particularmente acredito na teoria de que ninguém é 100% gay ou 100% hétero. Pelo menos não o tempo todo.
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13 Feb
Continuando nossa série #CorposDiversos, que contempla a diversidade da anatomia humana, vamos falar hoje do capuz do clitóris ou prepúcio clitoriano.

E também sobre a diferença da clitoropexia e mutilação genital feminina.

Um post para todas as pessoas com vulva/vagina. Image
O capuz do clitóris, ou prepúcio clitoriano, é uma prega de pele que envolve e protege a glande do clitóris. É basicamente o equivalente do prepúcio em pessoas com pênis.
E, assim como os lábios da vulva, os capuzes do clitóris vêm em todas as formas, tamanhos e cores. E isso é lindo.

Muitas pessoas temem que seu capuz não pareça "normal", mas realmente não existe “normal”. Existe natural.
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11 Feb
‘Eu achava que sarna era coisa de gente desleixada.
E que HIV era coisa de gente promíscua.
E que tuberculose era coisa de gente pobre.’

Doenças infectocontagiosas acontecem com TODES.
São sociais.
E ser pobre, ‘promíscuo’ e desleixado não são problema. A desigualdade é.
O mais lindo da minha especialidade é exatamente isso: tudo pode acontecer. E com todes.

E tudo tem solução.

Vou perguntar onde você mora, com quem você mora, como você transa, pra onde você viaja, o que você come e o que você faz no tempo livre.
Vou te ver inserido no meio ambiente.

Viver neste planeta traz alguns riscos. A natureza não vai parar pra te dar licença.
Os ‘bichinhos’ estão aí desde muito antes de nós. Então as infecções infecto parasitárias existem.
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