Thread by @folha

CARTA
Assunto: O amigo de Bolsonaro
Remetente: Folha de S. Paulo
Destinatário: seguidores

***(siga a thread)***

Foto: Divulgação

Tenho muito a contar dos bastidores da política daqui de Brasília. Estamos no 11º dia do novo governo. Mas hoje queria focar em uma história que apareceu ontem e achei ser do interesse de vocês.

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Foto: Evaristo Sá/AFP

Carlos Victor Guerra Nagem é capitão da reserva da Marinha. “Capitão Victor” já se candidatou duas vezes a cargos públicos no Paraná, ambas pelo PSC, mas nunca conseguiu se eleger.

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Foto: Reprodução

Na campanha para vereador de Curitiba, em 2016, Capitão Victor contou com o apoio de um deputado federal que vinha chamando atenção: Jair Messias Bolsonaro.

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Foto: Alan Marques/Folhapress

“Amigos de Curitiba, neste momento quero fazer um pedido pessoal. Caso possam levar em consideração o nome do meu amigo particular, o capitão de Marinha Victor, por ocasião das eleições de outubro, ficarei muito grato”, disse.

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Foto: Reprodução

O amigo particular foi indicado pela direção da Petrobras para a gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da estatal. Ele é empregado da companhia há 11 anos e nunca havia ocupado cargo comissionado.

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Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O cargo para o qual Nagem foi indicado é do segundo escalão na hierarquia da Petrobras, abaixo apenas da diretoria, com salário em torno de R$ 50 mil —a estatal não divulga os vencimentos de seus empregados.

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Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, negou que a indicação tenha motivação política.

"Não recebi pedido ou indicação de ninguém", disse. "Escolhi a melhor pessoa que entrevistei."

bit.ly/2QCEZK4

Foto: Mauro Pimentel/AFP

Bolsonaro defendeu, em diversos posts aqui no Twitter, a indicação do amigo, chegando a publicar seu currículo.

"Apesar de brilhante currículo, setores da imprensa dizem que é apenas 'amigo de Bolsonaro'".

bit.ly/2M52Otr

Foto: Reprodução

E completou:

"Peço desculpas à grande parte da imprensa por não estar indicando inimigos para postos em meu governo!".

bit.ly/2D4Xvr8

Foto: Adriano Machado/Reuters

Vale lembrar a todos que leem essa missiva episódio de poucos dias atrás. Antônio Rossell Mourão, filho de Mourão, virou assessor especial do presidente do Banco do Brasil, triplicando seu salário.

bit.ly/2RLPmQk

Foto: Reprodução

Por fim, essa carta me fez lembrar de uma música e gostaria de compartilhar a letra com vocês.

“Canção da América”, de Milton Nascimento.

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

Abraços fraternos