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Os episódios terroristas ocorridos no Ceará têm muita semelhança com algumas táticas de ação armada mencionadas por Olavo no livro “A Nova Era e a Revolução Cultural”, que teriam sido repassadas pelos militantes presos em Ilha Grande aos bandidos que lá se encontravam.
Os ensinamentos iam desde princípios de organização, hierarquia e disciplina, até procedimentos táticos concretos, que incluíam assaltos simultâneos, alarmes falsos, otimização do tempo do crime, ocultação de material bélico, fabricação de explosivos, etc.
Olavo ainda menciona uma bibliografia especializada que era repassada dos militantes guerrilheiros aos bandidos, incluindo livros de Marighela, Régis Debray e Che Guevara, com seu famoso “Guerra de Guerrilhas”.
Explica que o crime organizado superou a luta armada na infraestrutura e disciplina, e que, no seu entender - que não é unânime - tais ensinamentos continham uma intenção de ação histórica, perene, não constituindo apenas conversas eventuais despidas de propósitos duradouros.
Sua tese, portanto, é a da intencionalidade - e não a da mera acidentalidade - ao argumento de que “não existem acidentes continuados” e de que “a mera causalidade não se prolonga, inalterada e uniforme, ao longo dos anos”.
Portanto, a promiscuidade entre militantes revolucionários e bandidos “comuns” vem de longa data e parece ser fenômeno intencional na origem, gerando atos terroristas posteriores que configuram desdobramentos históricos de uma mesma célula mater.
