Thread by @FiccoesB

E domingão tem a Parte 3 da nossa história: "UM SEGREDO TORTO". Segue o fio:

Flávio respeitou o pai. Foi ser deputado estadual no Rio, virou quase membro da família Brazão, empregou amigos da família, defendeu interesses desses ex-policiais. Pautou sua vida nisso e enriqueceu. Investiu em imóveis e ganhou influência na Assembleia.

Sobre o entortamento do membro ñ falou + c/ o pai, mas foi procurar 1 médico. De novo a cirurgia de encurtamento foi o procedimento recomendado. Ele recusou. O remédio receitado como via alternativa foi Intro-A. Usado p/ hepatite e leucemia. Também combinado c/ vitamina E.

Pelo q percebeu, tudo o que ñ fosse cirurgia no caso de doença de Peyronie era chamado de "alternativa". P/ diminuir as dores, os efeitos, a tortura. O Intro-A era uma fortuna. Os efeitos colaterais, imensos. Ainda bem q enriqueceu c/ os investimentos em Muzema e Rio das Pedras.

Na consulta médica também soube que a doença era hereditária. Acreditou que seu pai tinha passado a ele, por isso a reação violenta, conhecia o velho. Ñ voltou a falar com Jair, mas comentou com Carlos, o irmão do meio, sobre a doença. Era importante que eles se defendessem.

Na época em que recebeu a notícia, Carlos já percebia que tinha algo de muito errado com seu corpo: ele nunca conseguia uma ereção com mulheres. Por mais bonita, mais interessante, mais cobiçada fosse a mulher, Carlos não sentia qualquer atração. Seu pênis não respondia.

Vídeos pornográficos o estimulavam. Não exatamente por causa da mulher, mas ele gostava de ver a dominância masculina. A penetração, os músculos, o suor, todo as reações dos homens na prática sexual traziam uma resposta física imediata. Carlos tinha certeza que era admiração.

Qdo se masturbava c/ seu primo tbm ñ tinha problemas. Todo homem se masturba ao lado de amigos, isso é perfeitamente normal. Como Carlos tinha esse problema, q até então ñ conseguia detectar a causa, gostava de se mastubar ao lado do primo e melhor amigo para alívio sexual.

Por isso teve certeza q tbm tinha a doença. Era esse seu problema. O pênis ainda ñ estava torto, mas era uma questão de tempo. Falou isso ao médico. Mentiu sobre as dores que nunca sentiu, disse que eram insuportáveis. O médico não achou nada de errado em exames de imagens.

Carlos insistiu. Foi a outro especialista, que ñ chegou a qqer conclusão. Num último, conseguiu finalmente 1 tratamento: o mesmo Intro-A. Candidatou-se a vereador p/ ter alguma renda e tbm conseguiu uns bicos na Zona Oeste. Foi eleito. Os remédios começaram a fazer efeito.

Os efeitos colaterais das medicações eram mais fortes que os benefícios. Jair, depois de décadas usando colchinina já tinha uma dor abdominal crônica, problemas no fígado e na pele. Flávio sentiu a depressão. Carlos sofreu queda prematura dos cabelos. Mas resolver, ñ resolvia.

Flávio, ao se casar, preferiu fazer os filhos por inseminação artificial: duas meninas, p/ que ñ corressem o risco de sofrer o mesmo que ele. Carlos ainda não conseguia se estimular c/ mulheres e parou de ter qualquer reação vendo filmes pornográficos. Ele já não funcionava mais.

Carlos tinha impotência e raiva. Com exceção de algumas ereções que conseguia com a ajuda do primo e confidente, que o auxiliava porque tinha um coração bom, Carlos não funcionava. E estava careca. E tinha raiva, muita raiva, apesar de não saber se era um efeito colateral.

Tinha raiva das mulheres, inúteis, q ñ conseguiam nem ao menos o estimular. Tinha raiva do pai q passou essa doença e q ainda por cima o desprezava, tinha raiva dessas bichas que se multiplicavam na paisagem e se acarinhavam felizes, certamente p/ o provocar. Tinha raiva demais.

Foi inclusive num momento de raiva q recebeu um telefonema de seu irmão Eduardo, que morava nos EUA nessa época. Eduardo chorava do outro lado da linha. Carlos precisou esquecer a raiva e acalmar o irmão para conseguir entender o que houve: "Eu acho que quebrei meu pau!

FIM DA PARTE 3