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1) Consegui acessar a íntegra do processo de licenciamento da expansão da operação da Vale em Brumadinho. Está documentado que, em 2015, a Vale foi alertada por empresa por ela contratada sobre falhas nos instrumentos de controle da barragem que estourou. theintercept.com/2019/01/28/val… 
2) As constatações estão no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), de mais de 2.000 páginas. No Relatório de Impacto Ambiental, uma versão resumida do EIA, essas observações ficaram de fora. O público só podia acessar a versão resumida, porque o EIA é considerado sigiloso.
3) Entrevistei o engenheiro responsável pelo estudo, contratado pela Vale. Me disse que o objetivo do RIMA é usar linguagem clara e, se citasse os problemas, "a população não ia entender porcaria nenhuma". Mariana já tinha acontecido quando o RIMA foi apresentado, em 2017.
4) O engenheiro também disse que o órgão ambiental de MG nunca pediu esclarecimentos sobre os problemas encontrados. "A gente faz observação, [aponta que] tem tal problema. Mas dificilmente numa mina que já está operando o órgão ambiental vai dizer que não pode operar mais”.
5) A Vale hj garante que a barragem estava com manutenção e controle em dia. Mas será possível excluir que um problema iniciado lá atrás, e não remediado no tempo correto, pode ter danificado a estrutura da barragem? A investigação está só começando. Algo aconteceu, é óbvio.
6) Pouco se falou das barragens no processo de licenciamento da expansão da mina em Brumadinho, mas o uso comercial delas, via aproveitamento dos rejeitos, era central para a Vale. Envolvia uma intervenção direta e delicada numa estrutura já inativa e saturada.
7) A Vale buscava isso desde antes da tragédia em Mariana. Seguiu buscando depois. Conseguiu autorização no início de dezembro. A Vale, no entanto, me disse que não tinha tocado na barragem ainda. Eles iam colocar escavadeiras sobre a barragem para dragar o grosso dos rejeitos.
Os detalhes todos dessa história estão publicados no @TheInterceptBr: theintercept.com/2019/01/28/val…
