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Me parece que os que votaram em Bolsonaro acreditando no mito, e agora passam pano para qualquer erro do governo, desenvolveram uma espécie de simbiose psíquica com o presidente. É como se qualquer crítica, mesmo as mais evidentes, os atacassem diretamente.
E isso não se estende só ao presidente, mas também ao “seu” partido, o PSL. Segunda maior bancada na Câmara, parecem nem estar lá, muito menos integrar a base do governo. Com poucas excessões, são uma salada de pessoas de todos os tipos, com ideias e visões de mundo desconexas.
O governo dividido em facções (militares, liberais, fisiológicos e os cavaleiros templários teóricos de conspirações), brigando pelo domínio, mostra que não há um plano. A cada decisão, a cada declaração e a cada ação, resta evidente a falta de norte.
Ao invés de analisarem criticamente os acontecimentos, esses eleitores simbióticos, que parecem ainda estar em campanha, culpam tudo e todos, achando-se perseguidos por um inimigo amorfo: a mídia, a velha política, os comunistas, os conspiradores etc. 
Deve-se aproveitar o que há de bom no governo, reforçando positivamente, por exemplo, a temperança da ala militar, a bravura e visão de Paulo Guedes e cia. O que não é saudável para o Brasil é se recusar a enxergar a realidade, retomando o nós contra eles, agora invertido.
