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1 - Está acontecendo o óbvio e ululante. O Centrão jamais, em hipótese alguma, cederia terreno ao combate à corrupção, que não fosse por intimidação. Nem articulação, nem negociação política aqui contam. Ninguém aceita presente quando o troco é a própria sobrevivência.
2 - Nesse jogo, cumpre lembrar o seguinte. Até em 1964, a ala triunfante das Forças Armadas tratou de abafar o "puritanismo" de quem fazia do combate a corrupção um mote permanente da Revolução. O regime simplesmente apostou em abafar o ímpeto e conciliar com o poder civil.
3 - Não há surpresas que certos generais tenham, até aqui, contribuído para abafar ânimos populistas do PR. O enfrentamento direto é o único meio de tocar para frente uma reforma do Estado capaz de, se não limpar a política, torná-la mais porosa ao controle externo.
4 - Romero Jucá, que ninguém mais lembra, fala no seu áudio com Sergio Machado sobre um acordão para barrar a Lava Jato, é explícito em dizer "Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST"
5 - Estou dizendo que eram militares corruptos ou coniventes? Não, estou dizendo que o desejo de estabilidade e manutenção do status quo permeia boa parte da filosofia dos escalões superiores dessas instituições. A disposição de não dar nada na Previdência bem o comprova.
6 - Isso significa que, hora ou outra, qualquer proposta mais radical de rompimento seria emparedada por esse setor. Isso aconteceu quando uma turma no MEC quis mexer na estrutura centralizadora da BNCC, esvaziar o Conselho Nacional etc. E está se refletindo na ofensiva de agora
7 - É sempre bom lembrar que até certo ponto as reformas do PG atendem a interesses de um Estado centralizado. Desde que se mantenha a burocracia sob controle. Essa é a palavra-chave. Até onde os construtores do Estado centralizado estão dispostos a ceder no controle?
8 - Caso aceite o emparedamento na comunicação direta, o resultado inevitável é que o PR desidrate mais e mais a cada dia. E, junto com ele, a capacidade efetiva de suas reformas operarem mudanças na forma do povo brasileiro se relacionar com a política e com o Estado.
9 - Partir para populismo é imperativo para a conciliação de antagonismos. É intimidar adversários diretamente. Caso contrário, a sua figura se resumirá a de um Itamar Franco mais ridículo, palmilhando o caminho de um sucessor tucano ou para uma volta triunfante da esquerda.
10 - O que significa, inevitavelmente, só prolongar para mais para frente a nova forma que a insatisfação permanente contra o status quo materializada em 2013, 2015/16 e 2018 vai assumir hora ou outra, que pode ser, inclusive, no meio do seu governo. O tempo urge!
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