Igual ao prédio, diversos moradores são idosos cheios de histórias. Frequentemente brota no elevador um anúncio de falecimento, e “lá se vai mais um velhinho”, pensamos todos.
e a dona brigona, que fica na porta vigiando tudo e todos, pronta para fazer um escarcéu caso alguém ande no “seu” corredor...
Ah, as irmãs Sá.
Ela são uma benção para qualquer agrupamento humano, sempre prontas a enganar, a causar discórdia e deixar todos bem próximo da vontade inumana de matar alguém.
Resultado: inundaram o apartamento todo.
Com um rodo, escoaram a água para o vão do elevador recém reformado, que estava no térreo, e toda a água da inundação caiu sobre ele e, claro, o bicho pifou.
Toda a parte elétrica deu curto e ficamos sem elevador por 30 dias.
Juro que rimos para não chorar e pagamos, claro, ou ficariam só na escada, e ainda teríamos que carregar a duas, se passassem mal.
Na última reunião de condomínio compareceu dona Graziela, que quase nunca vi. Quando começamos a tratar das Sá, d. Graziela contou um pouco da história delas e, bem...
As Sá trabalharam muito, sem ganhar muito, não tiveram filhos e foram sempre sós. Receberam boas ofertas pelo imóvel, mas nunca venderam.”
A reunião acabou silenciosa, meio tristonha.
As lembranças delas crianças, sendo amadas, e depois rejeitadas a não servir na vida da única pessoa a quem ainda podiam chamar família...