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Na madrugada de 6 de julho de 2005, tropas da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti), comandadas pelo exército brasileiro, fizeram uma operação de “pacificação” na maior favela da capital haitiana, Porto Príncipe, conhecida como Cité Soleil. (segue o fio...)
A operação, batizada de “Punho de Ferro”, coroou a cruzada do comandante brasileiro, Augusto Heleno para restaurar a ordem no país depois que o presidente haitiano foi deposto por insurgentes. Heleno declarou a ação uma sucesso.
Ocorre que vários grupos de direitos humanos a classificaram a operação como um “massacre”, alegando que dezenas de civis morreram no fogo cruzado, muitos deles mulheres e crianças.
Segundo testemunhas, cerca de 300 homens fortemente armados invadiram o bairro e assassinaram 63 pessoas, deixando outras 30 feridas.
A ação foi objeto de uma denúncia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), baseada em depoimentos de moradores e em relatório elaborado pelo Centro de Justiça Global e da Universidade Harvard (EUA).
No documento, a Minustah foi acusada de permitir a ocorrência de abusos, favorecer a impunidade e contribuir para a onda de violência no país caribenho.
O ex-presidente Lula não teria aceito as explicações do general Heleno e substituiu dias depois o comando das tropas no Haiti, nomeando o general Urano da Teixeira da Matta Bacellar.
Em resposta às denúncias, assim que assumiu Bacellar afirmou que o número de mortes verdadeiro não era o mesmo informado pelo exército comandado por Heleno. Segundo o general, “nove ou dez pessoas” teriam morrido depois de enfrentarem as forças de segurança.
General Urano comandou as tropas no Haiti até o dia 7 de janeiro de 2006, quando foi encontrado morto por um ferimento de arma de fogo na cabeça, em seu quarto de hotel, em Porto Príncipe. O episódio foi considerado peo Exercito como suicídio.
No entanto, em janeiro de 2011, o The Guardian, publicou dados do Wikileaks que revelaram a suspeita que Urano tenha sido assassinado pelo grupo de rebeldes armados pelos americanos e liderados por Guy Philippe, ex-miltar e ex-chefe de polícia.
Crimes da Minustah liderada por Heleno (atendendo a desejo americano) foram contados pelo The Guardian: theguardian.com/commentisfree/…
O laudo e as investigações do exercito confirmaram que o general se suicidou porém, desconfiado, Lula pediu que a ONU assumisse as investigações
Ano passado, em entrevista à Rádio Eldorado, General Heleno mostrou que ainda não superou a denúncia da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre os assassinatos na favela haitiana:
Depois de Lula substitui-lo no Haiti, Heleno assumiu o prestigiado cargo de Comandante Militar da Amazônia
Contrário a demarcação de terras indígenas, Heleno passou a criticar a política indigenista do governo Lula abrindo uma crise entre governo e militares
Para defender opiniões de Heleno, militares passaram a atacar diretamente o então presidente Lula
Alguns meses após causar a crise e atacar a política indígena do governo brasileiro, o general Heleno foi destituído do Comando Militar da Amazônia (CMA), um dos postos mais prestigiosos do Exército Brasileiro e encostado no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército (DCT).
Com a eleição de Bolsonaro, o general voltou ao centro do poder, cheio de mágoa e assuntos a serem resolvidos.
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