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Alguns comentários sobre as evidências trazidas no fio. Sobre o Brasil ser fechado ou não, @pmorceiro mostra que, nas indústrias mais relevantes, de alta e média tecnologia, o coeficiente importado já é maior do que o das maiores potências industriais 1/7
As evidências sobre impactos positivos da abertura comercial foram fortemente criticadas por Rodríguez e Rodrik (2000), que concluíram: “a relação entre política comercial e crescimento econômico continua uma questão aberta e está longe de ter sido demonstrada empiricamente”
Mais especificamente, Rodríguez (2007) criticou o estudo de Wacziarg e Welch (2003) mencionado, especialmente nos critérios para definição de país aberto ou fechado, excessivamente baseados no prêmio do mercado negro e parcialmente aplicados no caso de monopólios estatais
Ademais, dos 24 países analisados, em quase metade (11) não houve efeitos positivos na liberalização, incluindo o México (efeito negativo de 2,16 p.p.), país que se integrou à economia dos EUA por meio do NAFTA e que apresenta nível de desenvolvimento parecido com o do Brasil
Na outra ponta, os países relevantes que apresentaram o melhor desempenho foram Indonésia, Coreia do Sul e Taiwan, países que, segundo os próprios autores, “perseguiram estratégias de crescimento com envolvimento generalizado do governo na economia”
Por fim, sobre os efeitos da liberalização dos anos 90, sugiro a leitura de McMillan e Rodrik (2011), que confirmam que houve melhora da produtividade intrassetor, mas que a mão de obra “liberada” acabou em setores de ainda menor produtividade ou desempregadas
Em suma, a política comercial pode ser um grande instrumento para desenvolver o país. Contudo, o que as evidências parecem mostrar é que ela não pode ser um fim em si mesma, devendo estar subordinada a uma estratégia mais ampla de desenvolvimento produtivo e de inovação
