,
13 tweets,
12 min read
Read on Twitter
Fui fazer um Tweet sobre a loucura de homenagear nazistas em 2019, e acabou virando uma aula-fio. Publico, e amanhã só retweeto.
O Exército homenagear representantes de regimes autoritários é uma afronta ou pura coerência da memória que querem preservar?
Segue a Aula-fio...
O Exército homenagear representantes de regimes autoritários é uma afronta ou pura coerência da memória que querem preservar?
Segue a Aula-fio...
Pessoal achando ruim o exército homenagear major nazista (eu incluso)
Primeiro,a homenagem já acontece todo ano, desde 1998,quando completou-se 30 anos do assassinato. Mas como até pouco tempo atrás as comunicações das forças armadas eram muito discretas, passou-se despercebido.
Primeiro,a homenagem já acontece todo ano, desde 1998,quando completou-se 30 anos do assassinato. Mas como até pouco tempo atrás as comunicações das forças armadas eram muito discretas, passou-se despercebido.
Segundo, vamos dar uma olhada em quem é o patrono do exército brasileiro? Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (1803-1880), essa figura simpática logo abaixo...
De família de militares, Lima e Silva foi nomeado cadete em 1808 aos 5 anos de idade (simbolicamente) e entrou na corporação aos 15. Lutou em todas as guerras em que o Brasil se envolveu desde a independência até a guerra do Paraguai (1864-1870).
Fez fama ao debelar a revolta dos Balaios no Maranhão (1838-1841), onde se destacou o cerco à cidade de Caxias, onde mais de 4000 pessoas foram mortas. Esta campanha lhe rendeu o título de Barão de Caxias.
Em seguida, foi para o Rio Grande do Sul, onde combateu os farrapos. Ao invés dos massacres de populações pobres compostas de escravos e libertos, optou por negociar um armistício sem vencedores. Zeca Dirceu diria que Caxias era Tigrão com os balaios e tchutchuca com os farrapos.
Também participou das campanhas do Prata e foi chefe de governo de D. Pedro II ao longo da década de 1850. Já Duque, foi incumbido de comandar as tropas da Tríplice aliança contra o Paraguai.
Deixou o conflito por motivos de saúde antes de seu encerramento, mas foi com ele que começou o extermínio da população e meios de produção paraguaios. O nosso país vizinho não era a potência que alguns colegas imaginaram anos depois, mas sofreu perdas catastróficas.
Na política, foi membro do partido conservador, e trabalhou pela manutenção das tradições sociais de sua época, como a escravidão.
Faleceu em 1880, em sua fazenda Santa Mônica na cidade de Valença/RJ, cercado de familiares.
Por isto, não estranhe a homenagem ao major nazista tanto assim (se revolte, mas não estranhe). O patrono do exército foi um escravocrata que massacrou populares e se multiplicou em varias estátuas equestres que ainda pisoteiam a memória dos que lutavam por um mundo mais justo.
