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Hoje vou começar uma nova série de #AulaFio. Será baseado na leitura do livro “Jornalismo, FakeNews e Desinformação: Manual para Educação e Treinamento em Jornalismo, que compõe a série UNESCO sobre Educação em Jornalismo.
O livro inteiro está disponível no seguinte endereço:

unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0…

Recomendo a leitura completa do texto, pois as Aulas-fio, não pretendem ser uma análise acurada ou uma resenha, e sim apenas um catalizador de leituras e discussões sobre o tema.
Cada Aula-fio se debruçará sobre um dos sete módulos do livro, seu prefácio e introdução, em um total de 8 fios. Espero que aproveitem...
No prefácio, é colocada a necessidade de reconhecer que apesar da roupagem de espontaneidade que as redes sociais dão à propagação de FakeNews, “protagonistas poderosos estão instrumentalizando as ‘notícias falsas’ para reprimir a mídia de notícias autênticas”.
Assim, “as pessoas provavelmente acreditarão em qualquer conteúdo aprovado pelas redes sociais e que se assemelhe aos seus sentimentos – mas deixem de lado o envolvimento racional”, e criam bolhas de percepção paralela da realidade, é grupos reforçam suas próprias narrativas.
O verdadeiro objetivo dos propagadores da desinformação “não é necessariamente convencer o público a acreditar que seu conteúdo é verdadeiro, mas sim impactar a definição das prioridades”. Não importa se as pessoas acreditarem, se conseguirem pautar as discussões.
A questão é criar um clima que retire a racionalidade do debate público, e assim imponha-se a queda do nível do debate público. O objetivo não é convencer, e sim deslegitimar o outro e legitimar a própria loucura.
Assim, “as questões de migração, alterações climáticas e outras (questões importantes) podem ser significativamente impactadas pela incerteza resultante da desinformação e da informação incorreta”.
Na introdução, somos apresentados à um breve histórico das FakeNews na história e aos pontos a serem abordados em todo o manual.
“Um dos primeiros registros vem da época da Roma Antiga, quando Antônio encontrou-se com Cleópatra e seu inimigo político Otaviano lançou uma campanha de difamação contra ele com ‘slogans curtos e afiados escritos em moedas no estilo dos tweets arcaicos’”.
“O transgressor tornou-se o primeiro imperador romano e fake news permitiram que Otaviano invadisse o sistema republicano de uma vez por todas”. É um belo de um choque saber que mentir compensa na política, não é? Entendam que vivemos a sofisticação de um paradigma...
“Novas e poderosas tecnologias simplificam a manipulação e a fabricação de conteúdo, e as redes sociais ampliam dramaticamente falsidades propagadas por Estados, políticos populistas e entidades corporativas desonestas, pois são compartilhadas por públicos não críticos”.
“A radiodifusão possibilitou propaganda, fraudes e falsificações em um novo patamar como, entre outros, o infame drama radiofônico da Guerra dos Mundos demonstrado em 1938.” Na verdade, Welles não desejou criar uma FakeNews, mas o público desavisado criou o clima de histeria.
“Essa confusão significa que muitos consumidores de notícias se sentem cada vez mais habilitados a escolher ou criar seus próprios “fatos”, às vezes auxiliados por políticos que buscam se proteger de críticas legítimas”.
“Atualmente, o perigo é o desenvolvimento de uma “corrida armamentista” de desinformação nacional e internacional espalhada por organizações de notícias partidárias e canais de mídia social, poluindo o ambiente de informação.” Tudo o que é escrito ou dito ganha o peso de fato.
“Entender melhor as causas e consequências de uma ameaça global sem precedentes – que abrange desde o assédio de jornalistas por ‘exércitos de trolls sancionados pelo Estado’até à manipulação de eleições,à saúde pública e ao fracasso em reconhecer os riscos da mudança climática”.
A introdução termina delineando as linhas gerais a serem abordadas nos sete módulos seguintes. Os três primeiros, definem e contextualizam o problema da desinformação e os quatro últimos focam em contramedidas para as “desordens de informação”. Espero que gostem.
Entre a introdução e o primeiro módulo , entram os aspectos didáticos do livro, visto que trata-se de um manual mais que possível, mas necessário, de ser usado em cursos de jornalismo e de educação. Novamente recomendo a leitura de todo o livro.
O autor do prefácio é Guy Berger, diretor da Divisão de liberdade de expressão e desenvolvimento da mídia na UNESCO.
A Introdução é assinada por Cherilyn Ireton, diretora executiva do Fórum Mundial de Editores da World Association of Newspapers e por Julie Posetti pesquisadora sênior no Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, da Universidade de Oxford.
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