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Thread de uma mãe norte-americana sobre os processos pelos quais se dá a conversão de jovens ao extremismo supremacista de direita nos EUA. Vale a leitura.

Arrisquei uma tradução abaixo, inspirada pela vontade do @FelipeAbal de traduzir.
Você tem filhos adolescentes brancos?
Se liga.

Tenho observado o comportamento online dos meus filhos e notei que as redes sociais e vloggers estão ativamente trabalhando para converter jovens adolescentes brancos em supremacistas brancos extremistas da alt-right.

Eis como: /+
É um sistema criado, creio eu, para causar desilusão entre jovens brancos sobre as ideias liberais/progressistas.

Primeiro, eles são inundados com memes cheios de piadas racistas, sexistas, homofóbicas e anti-semitas.

Sendo jovens, não veem as nuances e compatilham.
/+
Então começam a serem chamados a atenção por pais, professores, e muitas vezes colegas (mulheres), na escola e online. Passam por vergonha e constrangimento - sendo a vergonha a força que, creio eu, impulsiona pessoas a tomarem as piores decisões.
/+
Em seguida são bombardeados com mídia com os temas "as pessoas estão muito sensíveis" e "não se pode dizer mais nada!".

Essa mensagem ressoa, entre eles, porque se creem repreendidos por "nada".

Essa narrativa ajuda os garotos a trocar a vergonha pela raiva. /+
E a quem se dirige essa raiva? Mulheres, feministas, liberais, não-brancos, gays - os tais "snowflakes".

E ninguém desmente a falácia dos "snowflakes".

Os garotos estão sendo preparados, como uma bola de baseball posicionada pra ser mandada pra fora do estádio. * /+
(*Obs.: não entendi realmente a metáfora que ela tentou fazer com baseball, exceto que a intenção é dizer que o processo os prepara para se radicalizarem.)

Prosseguindo.
E NINGUÉM parece estar notando isso acontecer - exceto, ao que parece, as mães de filhas adolescentes que assistem o aumento surreal do assédio surreal a elas.

E, é claro, mães como eu que ficam de olho em seus filhos em redes sociais.

/+
Com frequência esses garotos são filhos de famílias progressistas ou moderadas, e têm seu comportamento online ignorado em casa.

Alerta vermelho: se seu filho responde "triggered" quando está diante de uma pessoa "sendo sensível", ele já foi impactado.

Intervenha! /+
Navegue no "Explorar" do Instagram dele, com ele do lado. Explique o que está errado com esses memes. Explique por quê "triggered" não é uma piada, e o que é de fato um gatilho de Estresse Pós-Traumático. Evoque empatia sem envergonhá-lo. /+
Lembre a ele que você sabe que ele é boa pessoa, mas explique a ele como funciona a propaganda.* /+
--

(*Propaganda nos EUA tem um significado diferente de no Brasil. Ela se refere à propaganda para radicalização, como fica claro a seguir.)
Propaganda* faz pontos de vista extremos parecerem normais através de exposições breves e recorrentes ao longo do tempo - com o objetivo de converter pessoas ao extremismo.

Use minha analogia de baseball, se quiser. Diga a seu filho que ele não tem que ser massa de manobra. /+
Adolescentes tem um desejo inato por independência, e diante desse sistema exposto, a tendência deles é começar a questionar os memes e as intenções dos vloggers.

Diga a eles que você está sempre lá, sem julgar, para olhar o conteúdo e identificar a mentira. Sem julgamentos! /+
Você também pode assistir shows de comédia políticos com seu filho, como Trevor Noah, John Oliver, Hasam Minhaj.* Fale sobre o que torna essas piadas engraçadas - quem é o alvo delas? Elas os promovem ou diminuem? /+
(*Ela dá referências norte-americanas de shows de humor que são progressistas.)

Prosseguindo.
Nossos filhos querem coisas engraçadas com que possam se identificar. Dê a eles John Mulaney, Hannibal Burress, Hasam Minhaj, Neal Brennan, Dave Chappelle... E FALE COM SEUS FILHOS sobre tudo isso. Esmiúce.

(Sem me alongar, mas: dê exemplos femininos também.) /+
Mostre a eles humor progressista que não seja sobre "politicamente correto", ou que seja "seguro".

Com frequência é sobre expor sistemas opressivos - que é o mais longe possível de "seguro" ou delicado que se pode ir. /+
Acabe com essa história de "snowflake" de uma vez por todas. Pergunte ao seu filho:

"Quem é mais snowflake: alguém ofendido por racismo / sexismo e que quer acabar com esses preconceitos? Ou aquele que se diz ofendido por alguém dizendo boas festas ao invés de feliz natal?" /+
Acima de tudo, precisamos nos engajar e desafiar nossos filhos sem envergonhá-los.

Tenho sorte, meus filhos são espertos e têm um pai esperto, crítico e progressista que não teme apontar besteiras.

Mas testemunhei TANTOS garotos caindo nesse sistema. Então fica o alerta.
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