Nos últimos dias, recebi várias mensagens de mulheres que tentaram fazer cesariana e não conseguiram. Nos casos mais graves, o bebê morreu. Fiquei muito sensibilizada com a situação de uma mãe do Espírito Santo, que decidiu dedicar sua vida a evitar que outras mulheres sofram.
Muita gente acha que a questão é ideológica, mas não é. A ideologia é a roupagem usada para disfarçar interesses econômicos. Existem metas (de partos normais) a serem cumpridas, a fim de receber repasses. Paga-se praticamente o mesmo valor para um parto normal e para a cesárea.
Se o repasse é o mesmo, o que vocês acham que enseja maior investimento: uma sala coletiva, com várias mulheres gritando, tendo seus filhos praticamente sozinhas, ou a manutenção de um bom centro cirúrgico, com obstetras e anestesistas? Só não vê quem não quer!
Criaram o discurso de que o menos é mais, para garantir mais lucro. Só isso! Em São Paulo, apesar de haver lei vigente, alguns hospitais estão alegando que, por serem filantrópicos, não precisam se submeter. Como é que é? Lei é lei! Vale para hospitais públicos e privados!
E mais! Desde 2016, o CFM, por meio da Resolução 2144, garante a todas as mulheres o exercício de sua autonomia quanto à via de parto! Basta ter 39 semanas completas de gestação, para restar assegurada a saúde do bebê!
Acreditem, ou não, uma mulher com 42 semanas de gestação foi mandada de volta para casa! Estamos falando de gestações humanas, não de elefantes! Diante de Resolução e lei vigentes, a negativa de cesárea, com resultado morte de mãe e/ou bebê, vai caracterizar crime doloso!
