Após o resultado de enquete que fiz sobre Cotas nas Universidades, decidi fazer uma mini-Thread sobre o assunto. Vou apresentar evidências empíricas que usam alguma estratégia de identificação para mensurar o impacto das Cotas em Universidades.
Inicio com o excelente paper de Badge, Eppe e Taylor (2016) publicado na AER. O estudo analisa universidades indianas de engenharia. As Cotas são sociais e focam em castas sociais minoritárias. Não há evidência de pior performance dos cotistas em relação aos não cotistas.
Francis-Tan e Tannuri-Pianto (2017) no JDE, analisam o impacto das cotas raciais da UNB. Homens quotistas tem 0.77 anos a mais de educ, +17 pontos percentuais de concluir o nível superior e rendimentos 42% maiores que aplicantes cotistas que não foram aprovados.
sciencedirect.com/science/articl…
Estes autores ainda possuem mais 2 trabalhos (JHE e EER) mostrando que cotas na UNB não reduziram o esforço dos beneficiados no vestibular e que a diferença de desempenho entre os grupos se dá apenas em departamentos muito seletivos:
Estes autores ainda possuem mais 2 trabalhos (JHE e EER) mostrando que cotas na UNB não reduziram o esforço dos beneficiados no vestibular e que a diferença de desempenho entre os grupos se dá apenas em departamentos muito seletivos:
Estevan, Gall e Morin (2017) sugerem que as cotas Raciais implantadas na UNICAMP diversificaram o corpo estudantil, enquanto não foi observado impacto significativo no esforço dos estudantes beneficiados pela política no vestibular. onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.111…
Recentemente, o paper de Vieira e Arends-Kuenning (2019) analisa os impactos das políticas de cotas implementadas pelas UFES antes da lei de 2012. Os resultados apontam para um aumento da participação de pessoas de baixa renda, de pessoas oriundas de escolas públicas...
... e de famílias com menor escolaridade dos pais. Porém, não encontra efeito do aumento da participação de grupos raciais com participação historicamente inferior, como pretos e pardos. sciencedirect.com/science/articl…
E também tem o WP de @ursulammello que analisa o impacto desta política de 2012. A autora encontra que a política de Cotas aumenta a participação de pessoas de baixa renda, bem como de negros, nas universidades públicas brasileiras. sites.google.com/view/ursulamel…
Aqui na UFBA tenho realizado 2 trabalhos sobre cotas. Um com @Aleifs (FGV-SP) e outro com Edson Severnini (Carnegie Mellon). Em breve divulgo os resultados para vocês, no caso do trabalho com Alei, até fevereiro.
Por fim, existem vários trabalhos que analisam Cotas nos EUA, contudo, o sistema de seleção por lá é bastante particular, o que torna difícil extrapolar os resultados. De qualquer modo, no paper de Badge, Eppe e Taylor (2016) vc encontra um bom resumo sobre.
