A coisa que mais me impressiona desde o início desse vírus é que as autoridades técnicas tem se mostrado tão incompetentes quanto as políticas.
Alguém já deve ter dito isso melhor do que eu, mas nosso problema são os semi-educados. Todo dia, milhões de pessoas acham que entendem tudo sobre um assunto porque viram uma disciplina na faculdade. Eles imaginam que todos que não tem a mesma opinião são ignorantes.
Eles não percebem que é possível discordar por ter bom senso (ou seja, ter um senso de realidade mais apurado, mesmo na ausência de estudos formais) ou por ter estudado mais do que o mínimo para pegar o diploma.
Os semi-educados são a verdadeira ameaça à democracia, aliás. Eles não aceitam que o tal do povão continue “votando errado”. Eles querem uma diplomacracia: os técnicos falam, o resto se cala.
No caso do vírus, o discurso mudou rapidamente: “não se preocupe, é só uma gripezinha” agora é “não se preocupe, depois que todo mundo pegar, os sobreviventes vão desenvolver anti-corpos”.
Ainda estou na torcida que a taxa de mortalidade não seja 2%. Se for isso mesmo, está na hora de estocar alimento e remédios. Há uma chance real das cadeias de produção ficarem bagunçadas por um bom tempo.
