Assim como no ano passado, no #Inktober2019 eu vou postar ilustrações e textos com histórias de Tiriana. No último eu fiz os Grandes Dormentes, entidades adormecidas espalhadas pelo território. Agora serão páginas do Quaraiaci, um livro muito famoso por lá.
Texto com a história em instagram.com/p/B3FEJDRhWzD/. O nome Manayumu vem de "Amana", também chamada "Wala-Yumu" (“espírito das espécies”), uma mãe-virgem criadora do universo e chefe dos seres aquáticos na teogonia dos povos karibe.
O culto de Amana em Tiriana é algo pontual, e no texto eu menciono uma enxurrada de termos que se relacionam com a principal cultura de lá, a namurana.
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Texto com a história em instagram.com/p/B3HVyQ1BqxU/. Esse nume é baseado no asanbosan, um mito dos akan, grupo étnico/línguístico de Gana e Costa do Marfim.
"Nã-samboçã" é como a Erapuana entende o que os ibatani falam (esse sim, asanbosan).
Texto com a história em instagram.com/p/B3J-lutB0mf/. Os acangaímas são a versão tiriana da mula-sem-cabeça. Eu acho a figura da mula sensacional, mas a lenda é meio zoada porque, bem, misoginia. Uma mulher se entrega pra um padre e ELA é amaldiçoada?
Texto com a história em instagram.com/p/B3Mv0_qhVYc/. Eu acho que só fui conhecer a lenda do Bacurau mesmo esse ano, com o Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro (livro dos incríveis @janu_alves e @berjeee que saiu pela @edicoessescsp).
Texto com a história em: instagram.com/p/B3POqvhhZE6/. Eu estava me prometendo desenhar esses dois já tinha bastante tempo, desde que comecei a estudar um pouco mais sobre cultura kaingang.
"A cobra tem a mesma essência da lua, e pode devorá-la, assim como a [ONÇA] compartilha a essência do sol e dessa forma pode comê-lo."
Texto com a história em: instagram.com/p/B3R4XrbBrlL/. Tudo o que eu achei sobre Niangi é basicamente uma linha do livro "Jurupari: Estudos de Mitologia Brasileira", de Silvia S. de Carvalho. Ela fala de uma divindade aquática em forma de centopeia.
Texto com a história em: instagram.com/p/B3ULFADBCJi/. Os avaguaras são a versão tiriana do lobisomem, e resolvi mudar o nome deles pra esse mundo por dois motivos: primeiro, a carga pesada de LOBISomem e a imagem cristalizada do homem-lobo do cinema.
É algo que também é bem forte em Tiriana, pelo menos entre os etarã, que se organizam em comunidades relativamente isoladas entre si.
Texto com a história em: instagram.com/p/B3W3lt7BtoE/. A boiuna é um dos elementos centrais da Tiriana de hoje. Desde que o Estilhaço aconteceu há duas décadas, destruindo muito da pedra-luz, numes vistos antes apenas como histórias retornaram à vida.
Texto com a história em instagram.com/p/B3ZjvW3BSOL/. Bom, eu acho que não tem muito o que falar da Ka'a. Ela é essencialmente a Caipora, mas aqui ela é uma entidade que encarna a própria mata, de forma manifesta. Por isso Ka'a É a mata e a mata É Ka'a.
Texto com a história em: instagram.com/p/B3cUHSmBqJr/. Os janaís da lenda brasileira só têm cara de coruja, mas eu não ia perder a oportunidade de fazer um bicho híbrido, né?
Texto com a história em: instagram.com/p/B3ezzcBB4DS/. Apesar de meu maior objetivo com Tiriana ser fazer uma fantasia brasileira, eu estou me inspirando em muitos povos indígenas que, por vezes, transcendem as fronteiras atuais do país.
No entanto, em 1540, durante o Festival de Tiuanxu daquele ano, os diabos voltaram da pior forma possível.
História em: instagram.com/p/B3hQ6NqhhaI/. Assim com fiz com a mula-sem-cabeça, tomei uma lenda como inspiração e extrapolei a partir dela. No caso, os tatá-namás vêm do boitatá. Em Tiriana eles são basicamente a mesma coisa: protetores selvagens.
História em: instagram.com/p/B3juI_jhpHJ/. O anhuma é uma ave da nossa fauna, bastante peculiar por possuir esporões nas asas (feito os demoníacos quero-queros) e, mais estranho que isso, um espeto no alto da cabeça, como se fosse um chifre.
História em: instagram.com/p/B3mwEiphdIx/. O mamuanhangá é uma criação inspirada em uma criatura vampírica dos Ewe, de Gana. O nome poderia ser traduzido como vaga-lume (mamûã) do diabo (anhangá).
História em: instagram.com/p/B3pAGdHBTcj/. Oiura Purunga é a versão tiriana da pisadeira, um representante dos terrores noturnos e da paralisia do sono. É um nume sem forma ou gênero definido porque aparece de maneira diferente pra cada um.
História em: instagram.com/p/B3rn0uOBDU1/. Das coisas que eu transpus quase que diretamente para Tiriana, a figura da Moça Caetana deve ser a mais forte. Ela é um dos elementos centrais na obra do Ariano Suassuna, e é quase a mesma nesse meu mundo.
História em: instagram.com/p/B3t_kaPhyuv/. Eu não lembro exatamente quando ouvi falar dos mitos de povos originários envolvendo urubus, mas é uma coisa que eu queria que aparecesse em Tiriana de alguma forma.
Na minha versão, os urubus são relacionados aos feiticeiros do passado, que escravizaram os povos tirianos.
História em: instagram.com/p/B3w2wmMBaI-/. Os batingaribas são inspiradíssimos na figura do renubeiro, um mito da Galícia. Há versões que o chamam de diabo, gênio ou até mesmo divindade. Fato é que são seres responsáveis por controlar as nuvens.
História em: instagram.com/p/B3zHitohKzC/. Os folguedos do boi espalhados pelo Brasil são importantes demais para não terem sua versão tiriana. O difícil foi pensar em como encaixar a história no cenário, mas acho que funcionou.
História em: instagram.com/p/B32AXcZhmdb/. Alaiberu é a versão tiriana do Quibungo, a criatura homem/macaco/lobisomem que tem uma boca/buraco nas costas pela qual devora crianças. Há inúmeras variantes do bicho, e não sabia bem qual seguir.
(Acho que inconscientemente minha irmã está sendo homenageada o tempo todo.)
História em: instagram.com/p/B34h36LhplM/. A ideia pra esse nume veio quando eu pesquisava cosmologia guarani e encontrei o registro dele em uma tese no repositório da UFSC. Não tenho contato direto com indígenas, então sempre procuro em bases de dados.
O nome tiriano deles, Abaporu, vem de uma pintura que acho que poucos conhecem.
Erapuana não sabe nada sobre filhos de abaporu além do fato deles serem malvistos.
História em: instagram.com/p/B37EihEhW2h/. Os ibiquarambós são uma total invenção, inspirada nos ningó'mâg do povo Kaingang. A referência pra eles veio da tese da Dra. Juracilda Veiga, "Cosmologia e práticas rituais Kaingang".
História em: instagram.com/p/B39nen0hBxb/. Os abataiaçus (de aba, pessoa e taiaçu, porco), são outro nume que veio de uma inspiração em cosmologia kaingang, mas que tentei encaixar diretamente com a história tiriana.
coletivoluminar.com.br/blog/2017/05/2…
História em: instagram.com/p/B4AQKhghYMU/. Os andirá-namá (povo-morcego) não são exatamente um nume, ou uma raça de pessoas. Ninguém sabe o que eles são, até porque pelo visto desapareceram.
Historinha aqui: instagram.com/p/BpQgXSfhMd-/
(e porque ornitópteros são legais demais)
Viajar de um lado pro outro se tornou muito fácil, especialmente se você fosse nos assentos mais baixos e desconfortáveis, chamados... pau-de-arara.
Em tempo, uigaruçu vem de u'y (flecha) (guarani-mbya) + ygara (canoa) +ûasu (grande) (em tupi). As Grandes Canoas-flechas.
História em: instagram.com/p/B4CuMPjBLat/. Acabei atrelando a versão tiriana do Capelobo a um elemento do cenário que já havia estabelecido, Mãe Nanabaçu, a Grande Dormente com corpo de tamanduá.
História em: instagram.com/p/B4FVGVuhqOb/. Bura Semacã é uma fera-profecia inspirada na Besta Bruzacã, uma visagem que aparece em "A Pedra do Reino", romance de Ariano Suassuna. Desde que li o livro ela nunca saiu da minha cabeça.
História em: instagram.com/p/B4HrQ3Vhdrb/. Obá Xibamba é outra transposição direta de uma lenda brasileira: Chibamba, uma visagem envolta em folhas de bananeira girando e dançando. Até onde vi parece ser bem regional, do sul de Minas.
História em: instagram.com/p/B4KluhAhm2k/. As itaiubiaras são inspiradas na Mãe do Ouro. Algumas versões da lenda brasileira falam que é uma mulher de fogo que indica a presença de ouro sob a terra, e que pode aparecer em forma de estrela cadente.