Thread by @nelsonhbarbosa

Como digo, na política econômica

Bolsonaro é Temer que era PSDB raiz que agora é "PSDB cover" com Huck

E dado que o pessoal não tem memória, lembro que o ajuste de 1998-02 foi com aumento de carga tributária e de gasto, não o contrário.
www1.folha.uol.com.br/colunas/vinici…

Lembrando:

Em 1998-02, o governo aumentou a carga tributária em 6pp do PIB, e gasto primário também subiu

Como a arrecadação subiu mais do que o gasto, o resultado primário aumentou

Foi um ajuste clássico tax & spend, que ajudou no controle da inflação, mas ...

... não estabilizou a economia.

Inflação caiu após o choque cambial

Mas crescimento não decolou (lembra alguma coisa?)

E o ajuste fiscal com aumento de carga tributária também menosprezou investimento, expondo o País ao risco de apagão de energia, que veio em 2001

Mais ...

... apesar do ajuste "bem sucedido" que Arminio usa como exemplo, o país quebrou em moeda externa e foi ao FMI 3 vezes.

No final do governo FH, inflação estava em 12,5% e acelerando, dívida pública líquida em 60% do PIB (mais do que hoje), com maior parte indexada ao USD e ...

... o BC praticamente não tinha reservas internacionais

Este é o "ajuste bem sucedido" na definição de Arminio, cuja lógica pauta a política econômica desde Temer

Como se passaram 20 anos, a maioria do pessoal esquece, mas quem estuda economia brasileira tem o dever de explicar

Para que as pessoas saibam as alternativas

Aprofundar ajuste tucano iniciado por Temer, agora com queima de reservas internacionais, coisa que FH também fez, e esperar que tudo se ajuste pelo mercado. Se não der certo, a conta cai desproporcionalmente nos mais pobres.

Ou ...

Adotar ajuste, mas com tributação mais progressiva, aumento do investimento e manutenção da rede de proteção social, sem queimar reservas internacionais. Nesse caso os ricos pagam a maior conta do ajuste

E que fique claro que as duas estratégias tem risco, mas ...

... o risco é distribuído de modo diferente

Na opção Tucana, os mais pobres ficam mais expostos se a estratégia der errado (vide FH 2 e Temer& Bolsonaro)

Na opção, vá lá, Petista, a alta classe média fica mais exposta se a estratégia der errado (vide Dilma)

Já os ricos ...

... geralmente vão bem em qualquer cenário, pois tem mais meios de se proteger de choques internos e externos.

E nos dois casos o risco da estratégia dar errado pode ser diminuído, com opções mais moderadas e transparentes de política econômica pragmática.

Ainda estamos ...

... longe deste tipo de debate, mas a solução passa por aí. Menos ideologia (seja de direita ou esquerda) e mais pragmatismo na política econômica.

Por fim, lembro que tanto a estratégia Tucana quanto a Petista também já deram certo ... Durante o governo Lula! Explico ...

No início do governo Lula, em 2003-05, a lógica foi bem Tucana (o Malocci), mas com preocupação social (Bolsa família) e maior importância para soberania nacional (se livrar do FMI), devido às prioridades do Presidente.

Já em 2006-11 ...

... a lógica foi mais Petista, com canalização da renda extra de commodities para reduzir desigualdade e aumentar investimento. Foi quando o Brasil viveu o "milagrinho" de mais crescimento e emprego, com controle da inflação.

FIM