Assisti nos últimos dias os vídeos da posse de Moro (Justiça), Ernesto Araujo (relações exteriores), Guedes, e a entrevista de Bolsonaro ao Sbt. Vou escrever sobre no blog nos próximos dias. Mas adianto aqui algumas anotações mentais que fiz.
Desses todos q citei, o menos doido, o mais pé no chão, por incrível q pareça, é o próprio Bolsonaro. Teremos de distinguir a persona de campanha, o besta fera de rede social, da pessoa real. Bolsonaro real, por exemplo, disse ao SBT q cumprirá promessa de 13o do Bolsa Família.
Se o fizer, se der 13 terceiro p BF, e ao mesmo tempo não cortar o número total (ao menos não inicialmente) Bolsonaro conseguirá penetrar no eleitorado mais pobre, em especial no Nordeste, quebrando importante bastião do lulismo.
Ao SBT, Bolsonaro também se mostrou bastante pragmático sobre a reforma da previdência, preocupado em distinguir diferenças regionais e sociais para os regimes, e aprovar reforma gradual e modesta.
Bolsonaro confirmou na entrevista que não veria problema em ceder território aos EUA para uma base militar. Isso é lamentável. Mas os EUA não tem razão militar hj p fazê-lo. Até pq, hj, base militar é um conceito, como sugere o próprio Bolsonaro, militarmente obsoleto.
O que é realmente uma marca de Bolsonaro é ausência de qualquer preocupação em reduzir pobreza, desigualdade, fomentar inovação industrial ou modernizar o sistema nacional de ensino. Aí vemos um conservador colonizado em estado puro.
Quem me preocupou bastante foi Paulo Guedes. Seu discurso de posse foi incrivelmente vazio. Ele fica se repetindo sobre privatização e corte de gastos, insistindo sobre eventual necessidade de desvincular despesas obrigatórias.
Mas Guedes fez observações curiosas: ele admitiu a importância da social democracia, como “contraponto” a períodos liberais q “esquecem” o lado social. Citou muito a Alemanha como modelo q mescla regimes liberais seguidos de social democracia.
Sergio Moro demonstrou que não entende nada de segurança pública. Comparou nossos problemas de segurança de hj aos de Nova York, omitindo como todo ignorante, imensos esforços sociais, melhor infraestrutura de transporte do mundo, infinita riqueza, da Big Apple.
Ernesto Araújo, por sua vez, me deixou com dúvidas reais sobre sua sanidade. É obviamente alguém perigosamente deslumbrado com o poder. Discurso de maluco, contraditório, incoerente. Me pareceu um cara psicologicamente frágil. Um poeta medíocre. Talvez não dure muito.
Quem me preocupou mais foi Paulo Guedes. Seu discurso foi incrivelmente vazio. Ele fica se repetindo sobre privatização e corte de gastos, insistindo sobre eventual necessidade de desvincular despesas obrigatórias.
Essas foram apenas algumas anotações mentais. Estou numa fase de observar, ouvir, estudar, evitando intrigas, lacrações, teorias conspiratórias. Nossa hora vai chegar, mas temos de estar preparados.
