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Em algum momento, confirmamos que sonegavam conhecimento, entregando apenas uma visão específica de mundo, perfeitamente alinhada com um discurso político. E achamos que valia lutar pela ampliação daquele leque, pelo bem do debate, mas...
...transformaram a luta numa caça ao pensamento, em prol de um outro projeto político, tão ou mais autoritário, que tende a beneficiar apenas os que se sentiram rejeitados no momento anterior – e olhe lá.
Em algum momento, tentamos importar uma pacote de ideias que tinha por meta modernizar uma Justiça que nunca dera conta do recado, mas...
...converteram o pacote em medidas que, na prática, legalizavam a corrupção, num grotesco desrespeito ao milhão e meio de assinaturas que referendavam o projeto original.
Em algum momento, tentamos provar que a própria imprensa atacava as redes sociais pelo, digamos, "oligopólio da formação de opinião", que de alguma forma aquilo poderia ser compreendido como uma censura, mas...
...todo aquele esforço seria convertido em mais e mais linchamentos virtuais, tendo por alvo qualquer membro da imprensa, numa censura ainda mais nítida, e novamente em benefício de um projeto autoritário de poder.
Em algum momento, tentamos mostrar à Justiça a dinâmica destes linchamentos, como não eram orgânicos, como miravam a imprensa, como tinham por meta censurar de uma forma tão violenta quanto difusa, em benefício daquele projeto autoritário de poder, mas...
...a própria Justiça aproveitou o reclame para, numa atitude arbitrária como não se via há tempos, censurar em tons clássicos, para demonstrar força, intimidar e, claro, se proteger.
É muito difícil arrumar ânimo para resolver alguma coisa quando, de uma lado, o bicho pega, do outro, o bicho come.
Há alguma lição no meio disso tudo. O difícil é assimilá-la.
