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Como perseverar na Educação mesmo sob as piores circunstâncias? Já ouviu falar de Auterine Lucy? Foi a primeira afro-americana matriculada na Universidade do Alabama, em 1956. Conheça a história de alguém que não ficou em casa.
Segue a Aula-fio...
Segue a Aula-fio...
Nascida em 1929,Auterine Lucy era a caçula de uma família de 9 irmãos. Seu pai era meeiro(agricultor de terras arrendadas).Desde 1951 era ativista da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). Formou-se em Letras em uma universidade para negros em 1952.
Em 1952, ela se candidatou à uma vaga no curso de pedagogia (tinha de ser professora...) na Universidade do Alabama, em busca da melhor graduação possível em seu estado natal. Foi aprovada no mesmo ano, mas teve sua aprovação anulada devido à sua cor.
Apoiada pela NAACP, processou a universidade, e depois de três anos, ganhou o direito de frequentar as aulas. Ingressou na universidade em 3 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira , na pós graduação de biblioteconomia. Tentou assistir às aulas da maneira mais natural possível.
Na segunda-feira, dia 06 de fevereiro, tumultos eclodiram por toda a universidade, onde alunos apedrejaram a residência e escritório do reitor, depredaram prédios e obrigaram a universidade a providenciar uma escolta de policiais para acompanhar Auterine entre uma sala e outra.
O carro que transportava Auterine foi alvejado a tiros,e a universidade a suspendeu das aulas, alegando que era uma medida para sua própria segurança.A estudante entrou na justiça pelo direito de frequentar as aulas,processando o reitor e a universidade por impedi-la de estudar.
Em 29 de fevereiro, a justiça do Alabama deu ganho de causa à Auterine, notificando a universidade, que por sua vez, expulsou a aluna, sob a justificativa de que esta caluniou a instituição em dois processos. Auterine e a NAACP decidiram não recorrer.
Os anos passaram. Auterine casou-se com um pastor batista, morou em diversas cidades em três estados diferentes, foi professora por mais de 20 anos. Martin Luther King pregou e andou pelas ruas de Selma, uma das cidades em que a professora viveu e lecionou. Malcolm X veio e foi.
Auterine abandonou a NAACP,mas manteve a militância a favor de melhores condições de estudo para alunos negros e de tornar viável o seu ingresso nas principais universidades dos EUA.Transformou sua jornada pessoal em uma missão por seus semelhantes.Entendia que a Educação liberta
Em 1988, a Universidade do Alabama anulou a sua expulsão e Auterine matriculou-se no mestrado em educação elementar, concluído em 1991. Seu nome foi dado à biblioteca da faculdade de Educação e à uma das salas de aula. Seu nome passou a ser um exemplo de luta pela integração.
Em 2008, a universidade ergueu um aplaca em sua homenagem ao lado do prédio da faculdade de Educação, contando sua história.
Em 2017, a universidade construiu um relógio em sua homenagem no pátio central da instituição, o local onde ela foi agredida nos poucos dias que pode frequentar as aulas em 1956. Um memorial de como o tempo passa e devemos dar as costas à intolerância, violência e ódio.
Em 09 de maio de 2019, Auterine participou da da formatura, onde ganhou o título de Doutora em Educação e foi homenageada por abrir forçosamente o caminho para outros estudantes negros ingressarem na universidade que a expulsou.
Portanto, amanhã, vá as ruas não apenas pela sua bolsa ou pela sua vaga na universidade pública. Não vá apenas pelas verbas da Educação. Vá para mudar as coisas, vá para transformar este país, busque uma Educação que liberta, e não uma que apenas lhe treine e subjugue.
