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Há 48 anos, morria aos 25 anos Stuart Edgar Angel Jones, estudante de Economia, militante da luta contra a ditadura militar e atleta campeão pelo Remo do Flamengo. 
Stuart Angel foi assassinado por integrantes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, em 14 de junho de 1971. Depois de dias de tortura, foi amarrado a um jipe e arrastado pelo pátio da base aérea do Galeão, com a boca próxima ao cano de descarga.
Após a bizarra demonstração de força da ditadura, muito ferido e com sinais de envenenamento, clamou insistentemente por água, varando a noite. Não foi atendido. Morreu pelos efeitos da intoxicação por monóxido de carbono.
A tortura, o assassinato e a sistemática ocultação do paradeiro de Stuart se tornaram ícones da brutalidade da ditadura brasileira. Esta é uma história que constrangia até a linha dura da repressão, sobretudo pela dimensão que o caso tomou.
Depois do desaparecimento de Stuart, a mãe dele, a estilista Zuleika Angel Jones (Zuzu), fez da busca pela verdade sobre o filho uma luta de eco internacional – até o fim da própria vida, em 1976.
Zuzu Angel morreu em abril de 1976 no que, à época, noticiou-se como um acidente de carro em São Conrado, no Rio de Janeiro. Uma semana antes, havia registrado num documento: “se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinatos do meu amado filho”.
De acordo com uma testemunha ocular, o carro de Zuzu foi abalroado por outro veículo, que forçou sua queda. Segundo outra testemunha, a resposta das autoridades ao “acidente” foi quase instantânea.
Uma dúzia de carros oficiais cercou a cena em minutos. Entre os presentes, conforme registro fotográfico, estava o major do Exército Freddie Perdigão Pereira, dos mais ativos agentes da repressão.
Por que nós, do Flamengo da Gente, lembramos de Stuart Angel ? Pois essa história passa pelo Flamengo. Além de torcedor apaixonado do clube, Stuart foi bicampeão carioca de remo (1964-1965). Era "voga", ditava o ritmo da sua guarnição.
flamengo.com.br/noticias/flame…
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Mais ainda: já perseguido pela ditadura, Stuart abrigou-se na garagem de barcos do Flamengo por um certo período, à beira da Lagoa, sob proteção de treinadores e companheiros do remo. Sob a mira da repressão, não deixava o local nem para comer.
Deixou a garagem por vontade própria, para não comprometer a segurança dos amigos. "Está ficando perigoso andar comigo", disse aos companheiros. Para Stuart, o Flamengo foi paixão, camisa e abrigo, numa era de sombra da história brasileira.
Stuart tem nome na Calçada da Fama do Flamengo, na sede da Gávea, junto a outros ícones do remo rubro-negro.
Entre 2010 e 2016, o clube manteve um memorial para Stuart do outro lado da rua, bem ao lado da garagem de barcos. Lutamos agora para que o monumento seja reconstituído, à altura não só da memória de Stuart, mas da própria história do Clube de Regatas do Flamengo.
