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Todo mundo que tem bicho de estimação sabe do amor envolvido nessa relação.

Depois que a gente aprende a amar nossos pequenos, depois que se tornam parte da família, a possibilidade de uma doença é terrível.

Então, imaginem o que passei faz uns dias...
Como vocês bem sabem, das threads dos últimos capítulos, nós temos um gato, o Feroz, e reformamos a casa, a assombrada, e levamos o Feroz para uma amiga gateira, a Adna, para preservar ele da poeira.

Chegando lá, Feroz se apaixonou pela Flora e resolvemos adotar ela também
Eis a Flora (achando que ia ganhar um pedaço de bacon):
Fato é que Flora se apegou a mim fortemente.

Ela se esfrega nos meus pés, fica na porta do cômodo onde estou, deita no meu colo, dorme na minha barriga, me faz massagem e aprendeu a pular na minha rede.

Claro que eu, na mesma proporção, também me apeguei a ela.
E quando tudo parecia bem no reino assombrado de gatolândia, uma coisa chamou nossa atenção: Flora começou a ter um aumento abdominal significativo.

Uns diziam que estava grávida; outros, que era verme; até que falaram em PIF...
Quem cria gato sabe do que to falando. Já eu, fui aprender e quase morro do coração: PIF, peritonite infecciosa felina, é uma síndrome viral que afeta o intestino, o fígado, os rins, o cérebro e todo o sistema nervoso dos animais.

E a PIF não tem cura...
Gato com PIF efusiva (úmida) tem expectativa de vida máxima de 2 meses. Já gato com PIF não-efusiva (seca) pode viver até um ano com boa qualidade de vida...

Obviamente, corri ao vet, já segurando as lagrimas, olhando para Flora e pensando em como seria a vida sem ela
Na vet foram analisando três possibilidades iniciais:

1. Pode estar grávida, mas me garantiram ser castrada, mas não se achava cicatriz;
2. Verme era difícil, pois vive em casa e estava toda vermifugada, mas existia chance;
3. PIF, e teríamos que investigar e pensar em tratar...
A médica me deixou bem claro que os prognósticos não seriam bons se fosse PIF, que eu devia me preparar para um longo e árduo tratamento, sempre buscando dar conforto à Flora.

Por fim, me recomendou fazer com urgência um ultrassom, indicando uma médica que ia em domicílio.
Cheguei em casa abalado...

Comentei com Lívia sobre as injustiças do destino, encontrar o grande amor da minha vida para perdê-lo em seguida (não sei porque Liv me seu um tapão no braço, acho que é seu jeito de lidar com a dor)

Intimamente, estava destruído:
Então chega a médica, cheio de aparelhos, e arma um mini laboratório de ultrassom na minha sala, e coloca Flora na mesa, toda atachada, e toda a família veio assistir, todos segurando o choro diante da possibilidade terrível que podíamos ter de encarar.
E começou o exame.

Mexe pra lá, mexe pra cá, procura, passa gel, e a médica com uma cara terrível:

- Huumm (tom grave)
- QUE FOI? (TODOS)
- De fato ela é castrada. A cirurgia foi muito bem feita, quase não deixou cicatrizes.

E continua o exame...
- Huuummm (tom gravíssimo)
- QUÊ??? (Todos)
- Não me parece ser verme também.

Nessa hora, abraçado por Maria e Matheus, com Íris me fazendo carinho e Lívia segurando minha mão, percebi que sobrava a terrível PIF, e já nem tinha reações possíveis, mas seguia o exame...
- HUUUMM (tom de “descobri”)
- AIIII, FALA?
- Que coisa incrível...
- QUÊ?
- Sabem o que ela tem?
- NÃO...
- Três cêntimos de gordura na barriga, olhem aqui, um gata gordinha, hihihi
Nessa hora foi o riso geral!!!! Todo mundo festejando, pulando pela casa e gritando de felicidade, celebrando ser gordura e não doença (e não nego que até queria filhotes, mas bem...)
Já recomposto, ainda questionei:

- Mas certeza que não é PIF?
- Ela está normal, saudável, e não tem qualquer sinal de PIF. Só é gorda mesmo...

Foi então que nossa secretária falou:

- Bem que ela sempre come todo o prato dela e ainda expulsa o Feroz pra comer o dele.
Então descobrimos que ela estava comendo dois, pois o Feroz, besta de paixão, igual a mim, simplesmente fazia o que ela queria, Bem que ele, por outro lado, tava magrinho.

No retorno ao Vet, tudo normal mesmo. Ultrassom, exames clínicos e laboratoriais, tudo perfeito.
Em resumo, temos um gato gordo, uma comilona que furta comida do seu amor e que assusta seus donos - e me foram prometidos muitos anos ao lado dessa preta, e nem sei dizer que seria sem as esfregadelas da Flora, numa demonstração linda de amor.
P.s.: ela come a comida do Feroz, furta pão e biscoito de polvilho, remexe o lixo atrás de restos e pega da mesa. Adora banana e mamão, e também descobri que ela adora milho - na verdade, acho que ela come até pedra.

E vai começar um regime. Ah, se vai...

Fim
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