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Muita gente está comparando o empurrão (marcado) de Gabigol contra o Grêmio com o empurrão (não marcado) de Felipe Melo contra o Atlético-MG.

Acho que, mais do que qualquer coisa, esses lances mostram uma incoerência sutil que nasce do próprio protocolo do VAR.
Mais uma vez não me interessa discutir se foi falta ou não, se os árbitros erraram ou qual campeonato foi comprado por quem. Se você quer discutir isso, por favor procure outro espaço.

Eu quero falar de protocolos e processos.
De fato, os lances são parecidos. A diferença é que um aconteceu no ataque (e a marcação anulou um gol do Flamengo) e o outro na defesa (e a marcação poderia dar um pênalti contra o Palmeiras).

Mas essa diferença pode ser maior do que parece.

O lema do VAR é "mínima interferência, máximo benefício".

Ou seja, EM TESE, o VAR deveria interferir pouco no jogo, mostrando lances claros que o árbitro não viu ou lances muito complexos, respeitando sempre que possível as decisões do campo.
"Ah, e os pênaltis para o Cruzeiro contra o Inter e para o CSA contra o Avaí?"

Ali existe um erro de fato (não foi pênalti) e de protocolo (não respeita a mínima interferência). Demonstra a total falta de critério. Mas não é nisso que quero focar. Um erro não justifica o outro.
Já vimos no Brasil e na América do Sul DIVERSOS exemplos que fogem desse padrão. Parece que a ideia é máxima interferência, muita demora e pouco benefício, mas vamos olhar apenas para o protocolo formal - ou COMO DEVERIA SER.
O protocolo do VAR manda que todos os gols sejam revisados desde o início da jogada.

Ou seja, quando sai um gol, começa a caça às irregularidades. Checam tudo que pode ter acontecido de errado no lance.
Já durante o jogo, não.

Eles precisam checar as divididas dentro da área para ver potenciais lances de pênalti ignorados pelo árbitro mas interferindo o mínimo possível no jogo e respeitando as decisões no campo.
Dessa forma, a revisão do lance do Gabriel, como saiu gol, parte da seguinte premissa: "o árbitro não viu isso e precisa ver"

Já no lance do Felipe Melo, como não saiu nada, a premissa é: "o árbitro viu, mas não interpretou como pênalti"
Por esse ponto de vista, ambos os árbitros da cabine acertaram.

Mas é estranho, não é?

Dois lances tão parecidos são tratados de formas diferentes não por roubo, má fé ou falta de critério, mas porque a abordagem para eles dentro do próprio protocolo do VAR é diferente.
Me arrisco a dizer, inclusive, que se o Palmeiras tivesse feito um gol no contra-ataque, o lance seria analisado desde o início e o árbitro seria chamado ao monitor para revisar o possível pênalti.
É como o "impedimento ajustado", que só é revisado se sair o gol. Se a jogada terminar em escanteio, não há revisão e o time que ataca sai beneficiado - mesmo impedido.
Está claro que ainda estamos distantes do bom uso do VAR, mas minha pergunta é: quanto estamos ENTENDENDO sobre o uso do VAR?

Além de todos os limites tecnológicos ignorados por aí (), o próprio protocolo precisa ser debatido.

Mas gritaria vende mais.
Nesse texto eu preciso agradecer o @Pelaipedadepre e o @zonenschein por organizarem algumas ideias fundamentais pro raciocínio fazer sentido
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