Acho que a melhor “metáfora” para o que está acontecendo é mesmo Gilmar Mendes: há apenas três anos, este ser que alguns aqui andam aplaudindo estava votando a favor da prisão após condenação em segunda instância. Hoje virou o principal defensor do trânsito em julgado.
Não tem nada de técnico da decisão. É meramente política. “Mas eu li o voto, foi técnico”. Porque era politicamente conveniente soar técnico. Quando não é, ele faz o que fez no TSE ao julgar a cassação da chapa: pega todas as provas tecnicamente perfeitas e as joga no lixo.
Não tem como um tribunal nascido de uma indicação do presidente da República referendada pelo Senado não ser político.
O STF é 100% politico. Foi pensado para ser assim. A Constituição é só uma desculpa. A intenção ali é evitar que Justiça atinja as figuras politicamente mais relevantes do país.
Quando alguma dessas figuras se beneficia do texto original, o garantismo é sacado. Do contrário, legislam mesmo sem qualquer voto, criam tipos penais, elaboram novos ritos, fatiam até mesmo um processo de impeachment transmitido ao vivo para todo o Brasil na hora do almoço.
E toda a boa conduta que cobram das instâncias inferiores inexiste lá em cima. Recebem qualquer advogado milionário fora de agenda, fora do país, descomem e andam para o conflito de interesses ao participar de eventos bancados por figurões a serem julgados na Casa...
...trocam dezenas de áudios no WhatsApp com investigados e não sentem nem vergonha de serem apelidados de “membro do partido”.
Se essa é a Suprema Corte de um país, imagina todo o resto.
E aí temos o Brasil que conhecemos.
Confesso que admiro a coragem de elogiar isso em público.
E aí temos o Brasil que conhecemos.
Confesso que admiro a coragem de elogiar isso em público.
