Thread by @apyus

Acham tão estranho que eu aqui me permita críticas a tudo e todos que perguntam direto o que eu defendo.

Então senta que lá vem palestrinha.

Entendo que a humanidade vem há milênios desenvolvendo um conjunto de regras. E que essas regras assumem características distintas a depender das fronteiras. E que eu, com 38 anos de experiência em uma única fronteira, tenho uma dificuldade natural para compreender isso tudo.

Então, antes de qualquer coisa, essa construção coletiva precisa ser respeitada. Mas, ao mesmo tempo, acesso em um mês mais informação do que nossos antepassados acessavam por toda uma vida. E isso me permite propor ajustes a este sistema de forma a torná-lo mais generoso.

Da forma como entendo, esse sistema é benéfico a um bom grupo de pessoas que conseguem evoluir dentro dele, mas ele emperra a evolução de um grupo ainda maior de pessoas. É com este grupo maior que me preocupo. É este segundo grupo que o Estado precisa priorizar.

Entendo que este sistema deva ser ajustado para transferir pessoas do segundo grupo para o primeiro. Até que um dia o segundo grupo deixe de existir. Mas estes ajustes precisam vir de muito diálogo, muito estudo, muita certeza de que o ajuste surtirá um efeito positivo.

No tweet acima eu descrevi as reformas, o reformismo. Ele casa perfeitamente com as democracias.

Defendo isso em contraponto às revoluções. Revoluções não usam a razão, mas a emoção. São violentas, não possuem método, são ditatoriais, elas impõem a vontade de uma minoria poderosa a uma maioria fraca. E findam em derramamento de sangue, principalmente dos mais fracos.

Nós temos no comando do Brasil um projeto revolucionário. Basta conferir os textos e vídeos de Olavo de Carvalho e Filipe Martins, principais conselheiros de Jair Bolsonaro. Eles se consideram revolucionários. Eles usam esse termo. Eu sei que esse termo conduz a banhos de sangue.

Voltando à questão inicial: o que defendo? O sistema. Sim, o sistema. Por isso sou tão odiado pelo bolsolavismo, eles querem a destruição do sistema.

Eu quero que o sistema passe por uma manutenção e funcione corretamente. E isso é possível.

Nos anos 1980, o sistema não conseguia conter a hiperinflação. Mas ele passou por reformas e hoje temos inflação controlada.

O sistema também consegue contornar a violência. São Paulo já foi dos estados mais violentos do país. Hoje é o mais seguro. Isso só foi possível através de ajustes no sistema.

O Nordeste, de onde venho, já sofreu com secas terríveis que matavam a população de fome. Mas, ainda nos anos 1990, passou por todo um ajuste na infraestrutura que permite hoje a população se preparar para os piores verões.

Enfim... Do pouco que entendo, toda vez que a humanidade se une para destruir o sistema, as mortes ocorrem aos milhões. Quando a humanidade se reúne para reformar o sistema, vidas são salvas.

Então segue aí, vamos conversar independente da sua crença, há ainda muita reforma a ser feita. E isso só vem do diálogo.