🚨🚨 Atenção Twitter! Eu e o @rdahis escrevemos hoje para @folha uma proposta de oferta que falta na resposta à crise atual. Como salvar empregos para o Brasil pós-coronavírus www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0…
A crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 n é comparável a crises tradicionais. Ela é diferente pq n é interna à economia, mas ocorre pq decidimos desligar o motor da economia, paralisando atividades econômicas, para atingir um objetivo mais importante: a saúde pública.
Por consequência, as respostas de política pública para uma crise peculiar também precisam ser peculiares. A ação precisa, também, ser clara, ligeira, e de larga escala —o oposto do vai e vem ao redor da Medida Provisória 927.
Há 2 tipos de choque econômicos hj: um de oferta e demanda. Há menos demanda pq, com tanta incerteza, pessoas e empresas reduzem seu consumo. Há menos oferta pq pessoas param de trabalhar e as cadeias de produção são interrompidas = menos bens e serviços sendo produzidos.
As políticas pelo lado da demanda são prementes para atingir os objetivos de distanciamento social e devem ser focalizadas nos brasileiros mais vulneráveis, garantindo a eles um nível mínimo de renda enquanto pedimos para que eles parem de trabalhar. 
Já as políticas pelo lado da oferta servem para preservar a capacidade produtiva do Brasil pós-coronavírus. Se empresas saudáveis falirem pq n tem acesso a capital de giro ou empregos produtivos forem destruídos, o potencial produtivo da economia fica menor por um prazo + longo.
Para o Brasil pós-coronavírus, uma das prioridades é preservar empresas e vínculos de emprego. Empregos geram excedentes. Pras empresas (q tem 1 trabalhador experiente), pro trabalhador (q tem sua renda) e pro governo (que vê o produto crescer e n tem que pagar seguro desemprego)
Modelo pra preservar vínculos limitando o fardo sobre empresas num ambiente de crise é a política de SUBSÍDIOS SALARIAIS. É algo diferente da suspensão temporária de vínculos empregatícios proposta (e revogada) pelo Governo. 🇩🇪 foi pioneira. Hj boa parte da 🇪🇺 faz.
Você reduz o número de horas temporariamente, para preservar o caixa das empresas. Mas o governo subsidia a maior parte da renda. Empresas e trabalhadores passam a contribuir com uma parte à medida que a renda cresce.
Na nossa simulação. O governo compensaria integralmente as perdas de quem recebe até 1 SM. Garante-se 100% da renda, mesmo com jornada reduzida, para quem ganha 1SM, 93% para quem ganha até 2SM; e 83% para quem ganha até 4 SM.
Custo aproximado desse CENÁRIO EXTREMO, c/ da RAIS de 2018. Para abarcar todos que ganham até 4 SM, faixa de renda que cobre 88% dos trabalhadores formais brasileiros, haveria um custo para o governo de R$ 29 bilhões de reais por mês. Isso equivale a 0,4% do PIB anual por mês.
Nesse cenário, a parte das empresas, para além do ⅓ do salário base, custaria um adicional de R$ 6 bilhões por mês. Vão ter problema de liquidez e precisam de ajuda do gov. Para isso, ver a proposta de @vncarrasco, Armínio e Zé Alexandre Scheinkman. www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0…
É importante enfatizar que essa proposta só cobre o mercado formal. Pro mercado informal, é preciso alargar a rede de proteção social. Para eles, ver as propostas do @marcelo_meds. theintercept.com/2020/03/23/cor…
Custos de todas as políticas emergenciais vão ser proporcionais ao tamanho da crise sanitária. Se o gov tiver maior eficiência na contenção da pandemia, os custos de políticas econômicas de mitigação - tanto pelo lado da oferta quanto pelo lado da demanda - também serão menores.
As respostas para a crise atual não podem espelhar as respostas tradicionais de aumento de gastos não-focalizados para a sustentação da demanda agregada. Quem ainda está falando em gastos em infraestrutura não percebeu como a crise é diferente.
Pra evitar a destruição permanente de capacidade produtiva do Brasil pós-coronavírus, é preciso preservar vínculos de emprego, mantendo empresas saudáveis vivas e trabalhadores empregados. Custos de escolhas econômicas erradas no momento atual podem ser muito duradouros.
Leia o artigo completo aqui: www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0…
