Leiam tudo.
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Vou usar esse mesmo balanço para lastrear meu argumento e pautar dados numéricos. Arredondamentos acompanharão termos como "cerca" ou "quase".
E embora não constituam fontes únicas de receita, são particularmente importantes pois dialogam frontalmente com o engajamento da torcida, ainda que o façam de formas distintas.
Isso explica por que, na minha opinião, o Vasco não aumentaria média de público se baixasse preço de ingresso. Ou a baixa adesão dos sócios.
Vai muito além da Comunicação ou do Meu, mas é papo pra outra hora.
A questão aqui, embora passe pelo emocional, deságua numa questão técnica.
A questão aqui talvez não se resuma a quanto o Vasco levou para jogar lá, mas por que jogar lá?
Quando "lotamos" a arquibancada de São Januário, quer dizer que 15 mil torcedores foram ao jogo, e o Vasco embolsou cerca de R$300 mil.
E isso parece ser bom.. mas só parece.
Um avanço tímido em relação a 2017, mas que revela a importância da participação em torneios internacionais. Ganhamos mais porque jogamos mais, e com mais apelo.
Ou seja, ontem teve Clube com a torcida do tamanho da nossa fazendo 10 VEZES MAIS RECEITA que a gente.
Significa que o Vasco precisa fazer 10 jogos de casa meio cheia para dar 1 jogo de casa quase cheia do Palmeiras (porque eles só colocaram 31 mil torcedores em um estádio que abriga 40).
O Palmeiras faria mais jogando só o paulistão
É um compromisso dessa gestão gerar mais receita com bilheteria, e essa missão ainda enfrenta a resistência do resultado esportivo.
Só para dar uma noção, a receita com bilheteria do Palmeiras foi de quase R$80 milhões em 2018, contra R$14,5 milhões do Vasco.
Em 1 ano, o Palmeiras fez só com bilheteria o que o Vasco demoraria seis.
Fizeram R$77 milhões em 2015, ano de sua inauguração, 9° colocado no Brasileiro.
Antes disso, a renda anual com bilheteria deles era muito semelhante à nossa.
O Flamengo, aquele clube sem estádio, fez em 2018 quase R$40 milhões com exploração de bilheteria, ativo oriundo de um patrimônio que eles sequer possuem.
Então qual é o problema do Vasco?
Por que não conseguimos fazer 40 ou R$40 milhões com bilheteria?
A premissa básica é que, na minha opinião, São Januário e adjacências, no atual estado, não parecem corresponder mais às exigências FINANCEIRAS que o Vasco requer
A boa notícia é que tudo isso tem jeito. A má é que não dá pra culpar o torcedor.
É fácil dizer que os subs não amam de verdade, mas já experimentou morar na outra ponta da cidade?
E é complicado demais assimilar o argumento de que "torcedor de verdade tem que ir e não reclamar, porque isso é Vasco!" e outros quejandos.
E aqui eu dirijo mais minhas críticas ao entorno, ao Poder Público, à capacidade de acomodação e logística, e aos acessos, do que ao estádio propriamente dito, embora ele também precise de ajustes.
Um planejamento estrutural de longo prazo que dê conta das novas dinâmicas comerciais é o único caminho. Não há outro.
A questão é: temos que dar esse salto LOGO, pois 2019 já está aí.
É isso, ou teremos que conviver eternamente com o debate da venda de mando e desempenho esportivo, porque São Januário como conhecemos não faz mais o dinheiro que precisamos.