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Bolsonaro negou que tenha assinado decreto que apareceu no diário oficial. O Paulo Guedes reconheceu que "errou" nos cálculos da reforma da previdência que ele tenta há cinco meses enfiar guela abaixo do povo e do parlamento.
O Onyx vive dizendo que o presidente não disse o que disse. Outro dia ele desmentiu cinco parlamentares que viram ele proibindo cortes na educação em reunião privada. No twitter seus filhos vivem escrevendo textos cuja característica é a falta de medicação psiquiátrica ...
É importante perceber que todas estas ações são tomadas para interditar a comunicação. Na prática isto já é o golpe. Bolsonaro sai gritando "fakenews" para tudo e ninguém mais sabe exatamente o que está acontecendo. Se o diálogo e os compromissos verbais não são mais válidos ...
(...) sobra o exercício cru do poder. E isto já é o golpe. Não é uma "mera atrapalhação", nem um "ruído de comunicação", mas uma estratégia consciente para gerar caos e confusão e, principalmente, inutilizar as instituições.
Veja, o parlamento só pode funcionar se os pequenos acordos verbais forem cumpridos e se a palavra tiver força cogente e impositiva. De outra forma, inviabiliza todo o funcionamento das instituições. A mesma coisa é o judiciário.
Se nenhuma informação, ordenamento ou acordo é válido sem a chancela direta do presidente, significa que já estamos num sistema autoritário eis que os poderes institucionais são jogados no campo da inutilidade sem o "cumpra-se" do presidente.
Este caminho, de minar as instituições, enfraquecê-las e afirmar que só o presidente pessoalmente tem poder, juntando com as esquizofrênicas manifestações do próprio presidente se vendo como "enviado de Deus" foi exatamente o mesmo caminho do nazi-fascismo nos anos 20 e 30 ...
As instituições parecem não estar se dando conta, e quando elas acordarem, talvez seja tarde demais. Neste contexto eu prefiro Mourão. Antes uma ditadura militar desavergonhada, do que um sistema fascista que é autoreferente no que se refere a poder e controle.
