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As conversas vazadas (foi confirmado pelo MPF) deixam incontestáveis a parcialidade de Moro e sua suspeição na condução dos processos da Lava-Jato, fora inúmeras infrações disciplinares, éticas e ilegalidades na atuação jurisdicional. Chocante! #VazaJato

theintercept.com/series/mensage…
1- Moro se intrometeu diretamente no planejamento do MPF: “Olá Diante dos últimos desdobramentos talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”.
Sugestões às fases seguintes da Lava-Jato - "aconselhar uma das partes acerca do objeto da causa" gera suspeição pelo CPC.
2- Moro consultou Dallagnol sobre como reagir a notas do PT: "O que acha dessas notas malucas do diretorio nacional do PT? Deveriamos rebater oficialmente? Ou pela ajufe?”.
A demonstração de parcialidade é novamente clara, agindo em conjunto com MPF para decidir melhor estratégia
3- Essa é uma das mais surreais: “Não é muito tempo sem operação?”, perguntou Sérgio Moro a Dallagnol, após 29 dias sem operações da Lava-Jato. Preocupado com o andamento, impulsionou diretamente as ações do MPF, cobrando o procurador. Dallagnol concordou: "É sim". Surrealismo.
4- Essa é talvez a pior: MORO SUGERE NA CARA DE PAU PROVA/TESTEMUNHA A DELTAN: “Fonte me informou que a pessoa do contato estaria incomodado por ter sido a ela solicitada a lavratura de minutas de escrituras para transferências de propriedade de um dos filhos do ex Presidente".
"Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou entao repassando. A fonte é seria”.
Ora, indicou uma fonte de prova que inclusive estaria disposta a contribuir.
Deltan agradece: “Obrigado!! Faremos contato”.
Moro: “E seriam dezenas de imóveis”.
Loucura!
😱
Ambos sabem da ilegalidade. Testemunha não quis colaborar e, precisando de intimação oficial, não poderia registrar Moro, JUIZ, como fonte.
Deltan forjou: “Estou pensando em fazer uma intimação oficial até, com base em notícia apócrifa”.
Moro concorda: "melhor formalizar entao”
5- Outro capítulo do ilegal vazamento de áudios da presidente - que o STF criticou e o próprio juiz admitiu "equívoco", pedindo desculpas formais: Deltan e Moro atuaram em conjunto.
"A decisão de abrir está mantida mesmo com a nomeacao, confirma"?
"Qual a posicao do mpf"?
"Abrir"
Moro teve que pedir desculpas: "este julgador tenha se equivocado", "jamais foi a intenção provocar polêmicas", "respeitosas escusas ao STF".
Já para Deltan, o qual consultou, falou a verdade: "Nao me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas reação está ruim".
6- De novo, Moro atua como parte, mata imparcialidade e dá conselhos de como Deltan deve proceder, querendo divulgações aos poucos de indiciados (150, como Aécio, Temer, Cunha):
"Reservadamente. Acredito que a revelação dos fatos e abertura dos processos deveria ser paulatina".
7- Deltan relata que tinha indícios contra 9 presidentes, entre vários outros agentes políticos. Moro aconselha a tocar o processamento apenas para 30% deles.
Primeiro, outra prova da INEXISTENTE imparcialidade do juiz.
Segundo, curiosa ideia de não querer que toque contra TODOS.
8- Em atitude de parcialidade tb política, Moro pede a Deltan que cheque sugestão de deputada do PSDB como norte p/ Lava-Jato. Quer interferir até em investigação.
“Prezado, a Deputada Mara Gabrili mandou o texto abaixo para mim, podem dar uma checada. Favor manter reservado”.
9- Moro chega a repreender Deltan Dallagnol, quando o MPF tinha intenção de adiar depoimento de Lula. Inércia 0.
“Que história é essa que vcs querem adiar? Vcs devem estar brincando”.
Após esporro, Deltan mostra a mudança de opinião: "Defenderemos manter. Falaremos com Nivaldo".
10- Moro novamente dita estatégia ao MPF, dessa vez sobre processo EM SEGUNDA INSTÂNCIA, como forma de resposta à absolvição de Vaccari. O juiz age como parte ativa da operação, traçando estratégias, sugerindo investigações, denúncias, em todas instâncias. Pede p agilizar no TRF4
11- Moro torce e atua diretamente em todas as fases da atuação ministerial e policial, objetivando resultados, até mesmo cobrando atuações. Chegou ao CÚMULO de indignar-se com um erro: "Tremenda bola nas costas da Pf. Não pode cometer esse tipo de erro agora". É inacreditável.
12- Essa parece mentira. MORO COBRA MELHOR PERFORMANCE DA PROCURADORA EM AUDIÊNCIA, como se um cliente mal entendido fosse. Como em várias das surreais mensagens que enviou, pede para "manter reservada essa mensagem". Claro. Vai que vaza um ato de parcialidade insano desses, né?
13- Moro pergunta DIRETAMENTE À ACUSAÇÃO se pode proferir ecisão, ao passo que A ADIANTA EXPRESSAMENTE a Deltan:
"Na 2a acho que vou levantar o sigilo de todos os depoimentos do FB. Algum problema para vcs"?

Não só ADIANTA DECISÕES, como AS COMBINA perguntando se pode decidir.
14- Moro não só combina e aconselha operações e atos judiciais com o MPF, como também até mesmo A RELAÇÃO COM A IMPRENSA para convencimento popular. Pede NOTAS OFICIAIS:
"Talvez vcs devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas"
Pior, usa isso como forma de COMBATER a versão da defesa. Atua como acusador de forma inquestionável, objetivando também a CONDENAÇÃO POPULAR do réu. Deixa isso claro:
"Por que a Defesa já fez o showzinho dela".
Além de debochar e ironizar a defesa, pretende COMBATÊ-LA na mídia!
Nota oficial para combater réu em audiência já seria casuísmo impressionante do MPF - tanto é que CAUSA CONSTRANGIMENTO DOS PRÓPRIOS ASSESSORES DE IMPRENSA DO MPF, que notam algo atípico, "NUNCA" feito antes! Mal sabiam que a anormalidade ocorreu p obedecer PEDIDO DIRETO DO JUIZ!
15 - Moro trata atuação da defesa como SHOWZINHO, debochando de uma das partes, ao passo que comenta isso COM A PRÓPRIA PARTE ADVERSA. Igualdade de armas total, né? Enquanto o MPF combina ações diretamente com o juiz, o advogado de defesa ainda é ridicularizado nessas conversas.
16- Moro, após audiência com réu, pergunta p/ procurador "o que achou" do desempenho, que comemora a atuação do juiz como inquisidor - afinal, não era para ser juiz, era para "desmontar" Lula:
"Achei que ficou muito bom". "Você ter começado com o Triplex desmontou um pouco ele".
17- Moro chega ao cúmulo de intervir na atuação do MPF quanto a causa que não é de sua competência, mas envolve FHC. Pede informações do inquérito (o que é sigiloso) sobre provas contra o ex-presidente. Deltan chega justificar p/ Moro a remessa: "passar recado de imparcialidade".
Aí um dos pontos mais surreais: Moro não só intervém na atuação do MPF (o que já demonstra parcialidade), como também na de investigações QUE NÃO SÃO DE SUA JURISDIÇÃO e, pior, BUSCANDO APOIO DE ALIADO POLÍTICO (FHC, opositor do PT), ao questionar uma remessa obrigatória do MPF!
Se a Procuradoria da República no PR encontra provas ou indícios de crimes que a investigação e eventual processamento são de competência de outra instituição, não cabe a eles fazerem juízo político de apoio para remeter a quem é competente. E um JUIZ questionar isso é absurdo!
Moro: "Alguma coisa seria do FHC?"
DD: "Foi enviado p/ SP". "Talvez p/ passar recado de imparcialidade".
Moro: "Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante".

JUIZ critica remessa de provas contra político a MP competente, por medo de PERDER APOIO. Inaceitável!
18- Moro, ao analisar petição do MPF, chega ao cúmulo de cobrar da acusação o acréscimo de uma prova na denúncia de um dos réus - um depósito em favor de um funcionário de estatal. Ainda, adiantou a decisão a Deltan: o recebimento da denúncia. Fortaleceu peça de acusação. Absurdo
19- Moro COBRA do MPF uma manifestação nos autos sobre pedido de revogação de prisão. Pior, diz que “precisa” dela “até amanhã meio dia”. Dá prazo p Deltan cumprir suas atribuições de procurador como verdadeiro coordenador da acusação ou promotor cobrando celeridade de estagiário
20- Pra piorar, Dallagnol ainda auxilia o juiz por meio de Telegram com remessa de jurisprudência caso “precisar prender alguém”. “Caso PRECISAR prender alguém”. Igualdade de armas com acusação? Raquete de matar mosquito contra AK47.
21- Moro proíbe Deltan de acordar colaboração premiada com Eduardo Cunha - que coordenou impeachment de Dilma abraçado a, hoje, aliados políticos de Moro - adentrando novamente na função do MPF. Intimida Deltan ao saber de meros rumores. Dallagnol ainda diz que o deixará “a par”.
Claro, já a delação de Palocci é até hoje usado como Kraken, quando necessário p interferir em processo eleitoral ou fortalecer imagem em tempos de crise. Fora Léo Pinheiro, que só foi merecedor de crédito para delação após mudar algumas vezes a sua versão sobre o caso do triplex
22- Entre o surrealismo, esse é dos piores. Nem me atenho à repetida cobrança de Moro de quando protocolariam manifestação. Deltan ENVIA por Telegram a versão incompleta da petição para Moro JÁ ADIANTAR A MINUTA DA DECISÃO (“caso precise adiantar algo”). Chocante é a palavra.
23- Tão absurdo quanto, Moro alerta a acusação de prazo final para manifestação. Deltan chega ao cúmulo de perguntar ao juiz se há prazo. Imagino a ira dos advogados que sofrem com o medo de perder prazos exíguos do processo penal vendo que, com MPF, Moro até conta prazo e avisa.
24- Procuradores relatam a cobrança direta de Moro (o “Russo”) para que uma denúncia não saia “na última semana”. Assim, MPF teve que adaptar toda a estratégia de investigação e processamento para obedecer suas ordens, inclusive adiantando operações. Moro decidiu no dia seguinte!
25- Como verdadeiro líder de investigação E acusação, estilo Tomás de Torquemada na Inquisição Espanhola, procuradores confirmam que Moro sugeriu que uma operação da PF/MPF (resultou em prisão) fosse feita “na semana do dia 20”. Assim, delegado teve que se organizar para cumprir.
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