Thread by @csguimaraes

Pra quem se pergunta "por que diabos o Guimarães, que defendia esse tipo de análise, mudou tanto?". Três motivos:
1) ler sociologia e cultura no esporte. Futebol é um evento sociológico, um fenômeno social. Reduzir o esporte a somente questões de "campo e bola" é um crime. (+)

2) ler e vivenciar o mundo da comunicação. Como evento sociológico, fenômeno social, o enlace entre a análise e o público deve ser inclusivo, abrangente e minimizando os ruídos. Quando se volta para o técnico, específico e acadêmico, perde-se a conexão (já escrevi sobre isso) (+)

3) ao apresentar meu primeiro artigo, que tinha um viés OTIMISTA sobre essa nova análise (ao contrário da dissertação, onde já há críticas), ao explicar seu funcionamento, me retrucaram: "Se essa análise fosse rotina em 1958, Garrincha jamais teria sido convocado" (+)

Foi quando eu entendi que tudo isso era prejudicial para minha área - o jornalismo. Pelo visto, transcendeu. Foi para "o campo e bola" e esse rigor está transformando liberdade em robotização. (+)

Obviamente, não sejam ingênuos, não sou "contra a tática". A tática existe há mais de século. É uma questão organizacional, de gerenciamento, que explica parte de um processo muito maior. O que podemos discutir, por fim, é o rigor disso. (+)

O problema não é a tática. É a fetichização do conceito, da linguagem e de adotar em primeira perspectiva a retórica tecnicista. Mais q a arrogância dos analistas, que decretaram que só uns 12 ou 13 entendem de futebol num país onde o futebol é de compreensão geral de suas bases.

Como ninguém debate mais esse assunto e o caminho é o de deboche, nariz torcido e até de afastamento à minha pessoa, fico com o que penso, sabendo que tem gente que pensa como eu. Não comecei ontem a arranjar "ex-amigos" (um dia eu apresento minha coleção deles por aqui).