Thread by @GCasaroes

Um mês após a trágica execução da vereadora Marielle Franco, os diplomatas formandos do Instituto Rio Branco a homenagearam como patrona da turma.

O orador da turma justificou a escolha "para que o decurso do tempo não esmoreça em nós a indignação que sua morte nos causou".

A homenagem se inscrevia numa circunstância maior de sensibilidade às questões de gênero, 1 das pautas da vereadora.

Pela 1a vez, a visibilidade das mulheres na diplomacia virara pauta relevante no MRE, c/o lançamento da campanha #maismulheresdiplomatas

itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-…

Os formandos daquele ano, inclusive, escolheram como paraninfa da turma a embaixadora Thereza Quintella, a 1a diplomata a alcançar o topo da carreira.

Quintella foi a protagonista de um tocante documentário sobre o tema, Exteriores, lançado em dez/2018

huffpostbrasil.com/2018/12/05/doc…

Em seu discurso na formatura da turma, a embaixadora destacou que a homenagem à Marielle refletia que os diplomatas ali presentes tinham consciência da "importância da questão da justiça social e dos direitos humanos na sociedade brasileira e no mundo".

itamaraty.gov.br/pt-BR/discurso…

Na mesma cerimônia, o presidente @MichelTemer elogiou a escolha da vereadora como símbolo da turma, chamando seu assassinato de "inaceitável e covarde".

O chanceler, @Aloysio_Nunes, afirmou que a morte de Marielle é "uma ferida que não se fecha".

g1.globo.com/politica/notic…

Tanto Nunes quanto a embaixadora Quintella, aliás, chamaram atenção p/o preocupante fato de q, após sua morte, Marielle foi alvo de calúnias e difamações.

Aos pais da vereadora, presentes na formatura, o chanceler garantiu que "os q tentaram matá-la pela 2a vez não prevalecerão"

De fato, a poucos meses das eleições, uma campanha de mentiras canalhas contra Marielle tomou as redes sociais e os grupos de Whatsapp.

Sob o argumento de que ela havia virado uma espécie de mártir da esquerda, a direita apressou-se em difamá-la e atacá-la de todos os jeitos.

Quando @jairbolsonaro indicou seu filho para a embaixada em Washington, um dos argumentos em defesa da nomeação era o de que não havia alternativas ao "03", já que *todos* os diplomatas de carreira são esquerdistas.

A prova? Ora, em 2018, o Itamaraty homenageou Marielle Franco!

A 1a vez que ouvi isso foi de um familiar. Tentei explicar que a decisão de tornar Eduardo embaixador era nepotismo tosco, além de afronta à diplomacia e à importância do cargo.

Quando ele usou a cartada da Marielle, imaginei que o assunto tivesse ressurgido nos grupões de zap.

De fato, algum tempo depois recebi nada menos que QUATRO áudios diferentes, daquelas denúncias bombásticas feitas por pessoas anônimas, c/a mesma mensagem: "um amigo do meu vizinho conhece a embaixada dos EUA e me garantiu que lá todo mundo é #LulaLivre"

www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/08/…

Depois vi que um dos acepipes do PSL, dep estadual por SP, havia postado coisa parecida. De quebra, uma referência desrespeitosa à emb Quintella, que o "carteiro reaça" certamente desconhece.

Nos comentários, populares bradavam pela necessidade de se "despetizar" o Itamaraty.

Agora, a 🍒do🍰: em entrevista, @jairbolsonaro repete o mesmo argumento infantil para justificar seu desprezo ao @ItamaratyGovBr.

Covarde como sempre, não tem coragem de contar toda a mentira. E a resposta é tratada como "mitada" pelos membros da seita.

https://twitter.com/depheliolopes/status/1161438737416491009?s=12