A primeira chance do Grêmio nasceu, sim, da estratégia de Renato Gaúcho. O Flamengo perdeu a bola tentando fugir da armadilha.
O segundo gol veio com um minuto do segundo tempo e DESTRUIU o time do Grêmio psicologicamente. O jogo efetivamente estava vencido ali.
Alguns dizem que o time cansou fisicamente, mas parece estranho um time profissional cansar tão rápido num jogo tão importante.
Mas também acredito num fator mental importante.
Todas, absolutamente todas, são importantes. Um time pode ganhar de um adversário mais técnico através de uma imposição física. Outro time pode usar uma armadilha tática para dominar...
Isso acontece porque no nosso imaginário os jogadores não são pessoas. São apenas peças no tabuleiro, bonecos de videogame, que obedecem comandos com maior ou menor habilidade.
Quando o Ganso diz pro Oswaldo que ele é burro, não é apenas uma raiva de momento. É uma discordância fundamental na visão de futebol dos dois.
Está coberto de razão. Porque o que importa não é o que o professor ensina, mas o que o aluno aprende.
Não é simples. Não é só gritar alto, bater palma ou colar recorte de jornal na parede.
Ele durou 65 dias no cargo e não chegou a disputar um único jogo oficial!
Quando o novo treinador chegou, os jogadores sentiram que estavam andando para trás e protestaram. O homem perdeu o emprego antes de estrear.
Pergunta pro Gabigol se ele prefere fazer 15 gols por temporada ou 50. Quando o jogador sente que é melhor, sente que existe um caminho para ser melhor, ele joga pela ideia.
Eles entenderam, acreditaram e agiram. Os resultados vieram. Eles passaram a acreditar ainda mais…
Não é um time sortudo. É um grande time.
Mais importante que isso: não quer ser um time sortudo. Quer - e acredita que pode - ser um grande time!
Isso ficou claro nos jogos contra Inter e Grêmio fora de casa. Foi surreal.
Sim, um gol gremista no início poderia ter mudado o jogo. Mas será que mudaria o final?
Acredito que não.
E a impressão que ficou - apenas uma impressão - foi de que com 30 minutos os jogadores já pareciam não acreditar na ideia.
Não estou falando de um discurso, uma bravata, uma narrativa.
Uma ideia clara, concreta, real, que pode ser absorvida pelas outras pessoas, que passam a construir e fazer parte.
Uma ideia que nos tira o medo e nos torna maiores.
Os jogadores, a comissão técnica e a torcida do Flamengo acreditam na mesma ideia. Constroem essa ideia a cada jogo. Nosso tempo chegou.