Thread by @rittner_daniel

1) Picos de desmatamento na Amazônia sempre geraram medidas duras e quase imediatas como resposta.

Em 1995 (gov FHC), a derrubada foi de 29 mil km quadrados.

Resposta: MP 1511/96. Exigência de reserva legal na Amazônia passou de 50% para 80%.

(segue)

2) Em 2004 (gov Lula), outra desastrosa marca: 27 mil km quadrados.

Resposta: adota-se o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal. Além de fiscalização e monitoramento, dedica-se ao ordenamento fundiário e territorial.

3) Novo pico, mas já menor, em 2008: 12,9 mil km.

Resposta: decreto sobre crimes ambientais incorpora sanções mais graves, eleva valor de multas, amplia embargos.

Resposta 2: resolução do Conselho Monetário Nacional veta crédito rural na Amazônia a quem não cumpre exigências.

4) Situação hoje:

- Plano criado em 2004 está parado
- Governo extinguiu departamento de florestas e combate ao desmatamento do MMA
- Ibama, que chegou a ter 1.300 fiscais, hoje tem 750 para todo o país
- Fundo Amazônia, usado na locação de helicópteros e de caminhonetes, parou

5) Esses dados são de Suely Araújo, ex-presidente do Ibama (2016-2018), tida como a consultora legislativa da Câmara que mais entende do assunto. Não, ela não é petista. Foi sempre pessoa de maior confiança do ex-deputado Zequinha Sarney (MDB), hoje secretário de ambiente do DF

6) Diz Suely:

"Desde o meio de 2018, com a campanha para as eleições presidenciais, foi assumido um discurso de ataque à fiscalização ambiental, ao Ibama, ao ICMBio e à legislação ambiental".

Ela crítica o discurso da "indústria da multa".

7) "Essa postura, vinda de líderes políticos importantes, estimula infrações ambientais em campo, desmotiva e deslegitima os servidores, além de colocar sua própria vida em risco".

Recomendo a todos ler a entrevista de Suely ao Valor.

valor.globo.com/brasil/noticia…