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THREAD: Estelar, Hermione Granger, a nova Menina Super Poderosa… Por que a cultura nerd odeia as mulheres negras? bit.ly/2jh66yM
De acordo com o anúncio do @cartoonnetwork ao @EW "As Meninas Super Poderosas" não serão mais um trio.
A equipe de super heroínas ganhará uma nova integrante em um episódio especial que vai ao ar no dia 17 de setembro.
Esta nova personagem ainda não teve seu nome ou aparência divulgados, mas a audiência tem motivos para crer que será negra:
A primeira é a escalação da cantora Toya Delazy para dar voz à nova heroína.
E também por conta dessa imagem vazada pela versão russa do canal, com Florzinha, Lindinha e Docinho ao lado de uma figura desconhecida. 
Mesmo sem confirmações, e sem saber se esta seria uma mudança fixa, as reações dos fãs renderam muitos comentários na internet.
O site @DigitalSpy elencou reações negativas e positivas à notícia...
As positivas falam sobre representatividade, mas as negativas que ganharam destaque no título: bit.ly/2wkUPin
Alguns fóruns de nerdices online chegaram a abrir tópicos onde é “permitido ser racista” para comentar a imagem vazada.
Os usuários argumentam que “as cores não estão certas” e por isso precisam ser criticadas.
Anna Diop tb foi alvo de racismo por aceitar o papel de Estelar na série live-action de Jovens Titãs, da @DCComics: bit.ly/2wlu9hl
Estelar é uma alienígena de pele laranja e globos oculares verdes.
Ou seja, nenhum traço ou indicação de raça, pelo menos não no mundo dos seres humanos.
Mesmo assim, fãs dos quadrinhos alegam que Anna não seria adequada pois Estelar tem cabelos ruivos. (GIF: Estelar no game Injustice 2)
Estas reações desqualificam uma das características mais fascinantes sobre ficção científica:
O uso de mundos imaginários em filmes, quadrinhos, games, animações e livros do gênero e sem limites para (+)
demonstrar como combater problemas da sociedade no mundo real.
Na verdade, parece que a ficção científica e a cultura nerd são cheios de regras e uma delas é: as mulheres negras não são bem vindas.
Claro que este pode ser um problema unicamente de gênero,
como demonstrou a versão feminina do deus/herói Thor para os quadrinhos da Marvel: bit.ly/2fad44p
Pior ainda quando existe uma personificação dessa mulher que ocupa o lugar considerado masculino.
Como na escalação de Jodie Whittaker para viver a nova encarnação de Doctor Who na série aclamada de mesmo nome.
A @BBC demorou mais de 50 anos para selecionar uma mulher para a posição, mas as reações parecem ter vindo do período em q a série estreou.
“O politicamente correto não deveria existir no espaço” e “Viagem no tempo é para homens, só homens” foram comentários que viralizaram.
O jornal @DailyMailUK publicou fotos nuas da atriz em outra obra que protagonizou, chamando-a de "Doctor Nude": r29.co/2xWqiZq
Isso sem listar as montagens colocando a atriz em posições sexualizadas em cenários da série.
Mesmo com essa resistência da audiência masculina, as emissoras e os autores não querem mais ficar em cima do muro com relação a gênero.
A deusa dos quadrinhos tomou o lugar de Thor e Jodie ainda vai ser uma Doctor, com estreia prevista para dezembro.
Para além das posições masculinas, as mulheres também estão passando a ser donas de suas próprias histórias originais de ficção científica.
Como em @OrphanBlack, onde @tatianamaslany interpreta brilhantemente mais de 10 clones diferentes.
Mas as críticas recebidas por atrizes negras que também estão ocupando espaço nesse mundo ainda são preocupantes,
pois demonstram que mulheres, ainda que com muita insistência, podem até ser bem vindas nas narrativas, mas é mais fácil qnd são brancas.
Como no caso da existência de uma Hermione Granger - a melhor amiga do bruxo Harry Potter - de pele negra.
O modo como os fãs de Harry Potter reagiram a Noma Dumezweni como Hermione na peça de teatro “A Criança Amaldiçoada” (+)
que dá continuidade à saga Harry Potter depois da história contada nos livros e no cinema (+)
não parece nada digno de um grupo de fãs que, segundo estudo, crescem mais tolerantes por lerem a série: abr.ai/2xs3c0H
A autora J.K. Rowling teve que se pronunciar no Twitter, para lembrar aos fãs que nos livros, Hermione é descrita da seguinte forma:
“olhos castanhos, cabelo crespo e muito inteligente”, destacando assim que a cor da pele nunca fora especificada.
Logo, tanto Emma Watson, a primeira Hermione, quanto Noma seriam fisicamente qualificadas para o papel.
Além disso, a nova atriz não estragaria a “essência” da personagem, como muitos argumentaram para não soar racistas.
É importante destacar que tal revolta vem de, em sua maioria, homens brancos e isso diz muito sobre o quanto a representatividade importa.
1°: pelas mudanças que produtoras têm procurado trazer para suas obras, a fim de agradar todos os consumidores e não só uma parcela deles.
Mas também pois esta questão incomoda a ponto de causar revolta.
Representatividade importa a ponto de fazer um grupo acreditar em uma vida onde é capaz de tudo e outro, acreditar no contrário.
