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Do pouco que sei (e é pouco mesmo), a esquerda viveu três etapas:
A revolucionária (socialista): tinha zero apreço pela democracia, queria ditadura do proletariado, resultou nas ditaduras comunistas.
A reformista (social-democrata): valorizava a democracia, chegava ao poder pelo voto e, por intermédio de reformas, entregava o “estado de bem estar social”, ainda que isso arruinasse a economia.
E a terceira via, que hoje é conhecida como social-liberal: é a social-democracia que entende a economia como algo que demanda mais cálculo do que vontade política. E assim devolve as contas públicas com saúde.
Esse terceiro caso é o que faz a Europa ser um paraíso na Terra, é Bill Clinton dizendo que “é a economia, estúpido!”, e é FHC com o Plano Real.
O problema é que Lula estava certo de que seria o presidente em 1994. Mas FHC tomou a frente. O PT se deu a fazer oposição, FHC teve que governar com o PFL e o petismo chamou o social-liberalismo de “neoliberalismo entreguista da direita”.
Resultado: a esquerda brasileira segue até hoje agarrada à fase 1, aquela em que o olho brilha quando vê um Marighella sequestrando e torturando.
Fica o meu desejo de que se inspirem na terceira fase, na terceira via. Em Obama, Clinton, Trudeu, Macron e tantos outros. Que repensem o que pensam de FHC. Que prestem atenção em Eduardo Jorge.
Eu viveria bem mais em paz se o risco fosse o meu pais ser presidido por um Macron, e não por alguém que ironicamente dizia estar se tornando “mais Maduro”.
