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MEC, UM MINISTÉRIO PERDIDO

Com demissões em série, recuos e interferências externas, o Ministério da Educação está sem rumo há três meses.

Siga a thread para entender.

O escolhido para ministro da Educação de Bolsonaro foi Ricardo Vélez Rodríguez, indicação de Olavo de Carvalho, sem experiência em gestão no setor público. Em sua posse, exaltou o combate ao “marxismo cultural” nas escolas.

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📷Eduardo Anizelli/Folhapress

Vélez escolheu para secretarias de alta complexidade do MEC ex-alunos de seus cursos de filosofia, também sem experiência em gestão. Olavo de Carvalho também influenciou na escolha de vários nomes da pasta.

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📷Vivi Zanatta/Folhapress

Antes da posse, a cúpula do MEC sofreu a primeira baixa -de muitas outras que ainda viriam. Antônio Flávio Testa, que assumiria secretaria-executiva, rompeu com Vélez por discordar da forma como as indicações eram feitas.

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📷Alan Marques/Folhapress

E veio o 1º choque de realidade. Mudança em edital para livros didáticos deixava de exigir referências bibliográficas, o que abria margem para erros. Após protestos, Bolsonaro recuou e atribuiu a culpa à gestão Temer.

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📷Reprodução

A gestão Temer negou a responsabilidade pelas mudanças no edital. Vale lembrar que a equipe de Bolsonaro participou de 17 reuniões de transição a partir de 3 de dezembro.

Nessa thread contamos todo o imbróglio:

https://twitter.com/folha/status/1083130898588094470

Superada a primeira grande crise institucional, passamos à era de incêndios causados por entrevistas de Ricardo Vélez.

Ao jornal Valor Econômico afirmou que não é possível haver universidade para todos.

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📷Pedro Ladeira/Folhapress

Em declaração à revista Veja, ele disse que o brasileiro é um canibal que rouba aviões e hotéis. Ambas causaram desgaste ao ministro.

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📷Eduardo Anizelli/Folhapress

Na guerra contra o “marxismo cultural”, o MEC anuncia, sob críticas, que vai criar comissão para fazer um pente-fino ideológico de questões do Enem. Segundo o INEP, abordagem de gênero nas questões é inadequada.

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📷Reprodução

Novo desgaste veio com o email do MEC a escolas pedindo para que alunos, professores e funcionários fossem colocados em fila para cantar o hino em frente à bandeira do Brasil e que o momento fosse filmado e enviado ao governo.

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📷Reprodução

A mensagem ainda continha o slogan de Bolsonaro. Vélez admitiu erro no episódio, mesmo assim uma nova versão do email foi enviada às escolas.

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📷 Reprodução

Vélez só recuou de vez alguns dias depois e desistiu do pedido de vídeo alegando questões técnicas e de segurança.

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📷Eduardo Anizelli/Folhapress

O que tinha ares de crise ganha contornos de drama em março, com demissões em série no MEC. Começou com ataques de Olavo de Carvalho a militares. O guru pediu a seus alunos que deixassem o governo.

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📷Eduardo Anizelli/Folhapress

A dança das cadeiras começa com a exoneração do coronel Ricardo Wagner Roquetti do cargo de diretor do Programa da Secretaria-Executiva da pasta. Olavo o apontava como responsável pelo episódio do hino.

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📷Joshua Roberts/Reuters

A dança das cadeiras teve, em um primeiro momento, seis exonerações, duas delas de dois ex-alunos de Olavo de Carvalho.

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Um dia depois Vélez demitiu o número 2 do MEC, Luiz Antônio Tozi, em meio ao turbilhão de disputas internas. Sua cabeça também havia sido pedida nas redes sociais por Olavo de Carvalho.

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📷Eduardo Anizelli/Folhapress

A professora Iolene Lima foi anunciada por Vélez como a nova número 2 do MEC. Seu nome não agradou nem olavistas, nem a bancada evangélica, e Iolene foi demitida.

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📷 Reprodução

A mais recente polêmica aconteceu na segunda (25), quando o governo Bolsonaro anunciou a suspensão por dois anos da avaliação de alfabetização.

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📷Rafael Hupsel/Folhapress

No dia seguinte, Vélez recuou mais uma vez e revogou a portaria que suspendia avaliação de alfabetização por dois anos.

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📷 Eduardo Anizelli/Folhapress

A suspensão da avaliação de alfabetização resultou no pedido de demissão da secretária de Educação Básica do MEC, Tania Leme de Almeida, que não foi previamente consultada sobre a medida do governo.

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📷 Rafael Hupsel/Folhapress

O episódio derrubou também o presidente do INEP, Marcus Vinícius Rodrigues. O ministro não teria ciência da suspensão da avaliação e se irritou por não ter sido comunicado.

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📷Agência Brasil

No total, o expurgo do MEC teve 15 exonerações somente neste mês de março. Segundo Vélez, elas foram motivadas "por critérios técnicos".

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📷Alan Marques/Folhapress

Sabatinado na Comissão de Educação da Câmara nesta quarta (27), o ministro mostrou nervosismo. Deputados cobraram ações e metas mais consistentes para a área, não apenas intenções.

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📷Ueslei Marcelino/Reuters

Após vaivém na pasta, Bolsonaro anuncia Abraham Weintraub para o lugar de Ricardo Vélez no ministério da Educação

www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/…