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Mortes de bebés prematuros não devem ser usadas para combate partidário. C/ a devida distância, é boa altura para comentar o que aconteceu com o caso de há 8 dias:
Grávida de 32 semanas com pré eclâmpsia é uma urgência médica e são poucos os hospitais com condições para a receber
Intensivos com capacidade e know how para grávidas e neonatologia a sério, não há nenhum privado. Mesmo público de Lisboa a Faro há 3 centros aptos para receber.
A principal falha está relacionada com planeamento, 10 vagas de neonatologia para Algarve é absurdo
Mas é preciso ter noção que uma vaga de intensivos, ao contrário de vagas de uma Enfermaria, não esticam. Em contingência um hospital abre camas de enfermaria, não abre camas de intensivos
A grávida, após ter sido identificado a necessidade em Faro é transferida para quem tem capacidade e vagas. Amadora diz que recebe. A grávida veio de ambulância.
Até aqui tudo bem, a indicação para transportar grávidas de risco é por terra e não por ar
À chegada a grávida e bebé são avaliados. CTG normal, grávida estável. Opção passa por não fazer cesariana de urgência mas maturação pulmonar.
Faz todo o sentido, queremos o bebé o mais tempo possível na barriga da mãe e que nasça com pulmões desenvolvidos
2 dias depois o estado agrava e tem que se partir para cesariana. O bloco de partos da Amadora tem bloco cirúrgico autónomo. Faz as cesarianas sem problemas. Não houve complicações com tempos cirúrgicos.
Era uma grávida de risco com bebé de risco. Se o parto tem ocorrido há 10 anos seria um nado morto. Em 2019 foi possível reanimar. Mas o prognóstico é sempre muito, muito reservado
Portugal tem taxas de mortalidade infantil baixíssimas. Isolando por subgrupos, está concentrada nos prematuros e doentes crónicos.
A única questão política passível de debate é:
- como reduzir as desigualdades em saúde de base geográfica. Que é isto que se trata
O mesmo caso, residente em Lisboa, Coimbra ou Porto PODERIA outro desfecho. (Ênfase propositado)
Não passa apenas por abrir mais vagas, há que capacitar equipas e prever/ articular as transferências, que vão sempre ocorrer.
Não é possível ter centros hiper especializados espalhados pelo país. Pela própria natureza da sua atividade, deixariam de ser especializados rapidamente. Mas a previsão de necessidades e a sua articulação deve ser célere.
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