A intuição é que países ricos precisam de uma indústria forte. E se você desvaloriza o câmbio, a sua indústria passa a ser mais competitiva.
TENTAMOS ISSO POR DÉCADAS. Basta olhar para ver que não funcionou muito. Segue.
A ideia era a mesma. Manter o câmbio desvalorizado para poder exportar mais.
Passados 40 anos e diferentes regimes cambiais, governos sempre flertaram com essa ideia e usaram instrumentos para desvalorizá-lo.
Com dólar caindo abaixo de R$ 2,00, o governo cansou de fazer Swap Cambial Reverso - uma espécie de compra dólar futuro - na tentativa de desvalorizar o Real.
A ideia tinha simpatia dos heterodoxos para manter um CÂMBIO INDUSTRIAL DE EQUILÍBRIO
Um câmbio desvalorizado tende a criar uma distorção: mantém - ARTIFICIALMENTE - indústrias ineficientes produzindo.
O que tem se falado muito hoje em dia - a fronteira das pesquisas - que explica o porquê um país é pobre e outro é rico, não é sobre câmbio . São as DISTORÇÕES MICROECONÔMICAS.
- Subsídios para empresas ineficientes.
- Dificuldade de abrir e fechar empresas
- Excesso de leis tributárias
- Restrição de crédito para pequenas empresa
- Etc etc etc
Um paper muito bom (Hsieh and Klenow, 2009) mostra que se a Índia tivesse o mesmo nível de distorções na economia que existe nos Estados Unidos, eles seriam de 40% a 60% mais produtivos.
Por isso as diversas reformas lá.
E que essas distorções aumentaram a partir de 2005 com diversas intervenções que mantém viva empresas ineficientes.
O que tem se discutido é como reduzimos nossas distorções para que as empresas mais produtivas possas crescer mais e as mais ineficientes sigam o caminho delas.
Não valorizando ou desvalorizando câmbio.