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Um pitaco, nesta terça, sobre a conjuntura. Vivemos uma espécie de empate entre governo federal e oposição (aliás, oposição somente à esquerda). Segue o fio
1) De um lado, a oposição parece adormecida. Em parte, porque os principais partidos da esquerda brasileira priorizam, há tempos, as eleições. E este ano é ano de eleição municipal. Temos intensa movimentação para definição de acordos e alianças
2) Como ilustração: parece certo que Freixo e Benedita farão a chapa da esquerda no Rio de Janeiro. Em Porto Alegre, Manuela deverá liderar pela esquerda. Em São Paulo, a situação está mais difícil: PT e PSOL não chegarão a acordo.
3) Contudo, o mês de março pode significar uma mudança nesta letargia na esquerda. Teremos três mobilizações sequenciais (8, 14 e 18) e a queda nos indicadores sociais (e econômicos) parece inevitável. Após o repique do emprego sazonal de final de ano, a realidade baterá à porta
4) no campo governamental, a situação parece também indefinida. Após o refresco das festas de final de ano, veio o carnaval para defenestrar Bolsonaro. E, na sequência, as bobagens de sempre (para que inimigo se o próprio presidente é seu algoz?).
5) Como já citei, a tendência é que os indicadores sociais piorem muito ao longo do primeiro semestre. A projeção de crescimento do PIB já sofreu a primeira queda e deverá repetir a sucessão de quedas do ano passado. Teremos mais um pibinho.
6) da pauta prioritária do governo, apenas a educação parece se manter em pé. Todas as outras (meio ambiente, segurança pública e reformas) parecem estar no chão por erros do próprio governo. A reforma da previdência foi uma derrota para Paulo Guedes e vitória de Maia
7) do ponto de vista do apoio popular, as séries históricas indicam 30% contra, 30% a favor e 40% oscilando. Contudo, em outubro-novembro, as pesquisas já indicavam 40% contra e 30% a favor, desequilibrando o dado inicial. Houve ligeira melhora em dez-jan
8) Contudo, final de ano é sempre refresco para governos: aumenta o consumo popular (em virtude do 13o salário) e o emprego sazonal melhora (caso do comércio varejista). O IBGE lançou nota ontem indicando que a melhora no índice de emprego se deve ao desalento
9) desalento é quando uma pessoa que quer emprego desiste de procurar. No caso, o IBGE sustenta que a procura deve retornar neste pós-carnaval e a taxa de desemprego deve subir no trimestre. A subutilização atinge fortemente a juventude (que segue na jornada da uberização)
10) Assim, termino este fio com a conclusão inicial: vivemos uma espécie de empate entre oposição e governo federal. E este mês pode ser decisivo para os projetos de ambos.
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