Em dezembro deste ano, vence o Plano Nacional de Cultura, que foi elaborado durante o governo Lula, apenas com a participação de coletivos de esquerda, e entrou em vigor em 2010. Mais além de discutirmos quem está à frente da pasta, ... +
precisamos debater o papel do Estado na formulação de políticas culturais. É sabido que governos conservadores não veem com bons olhos políticas culturais que venham de cima para baixo, do Estado para o cidadão, mas valorizam a expressão cultural popular sem intenção estatal. +
Ocorre que a Constituição Federal, no seu art. 215, não só obriga o Estado a conceber e executar uma política cultural, como também fixa parâmetros para ela. Esta é a realidade que se apresenta. Em vez de brigarmos com ela, é preciso pensar no que se pode fazer diante dela. +
Não vejo a menor possibilidade de esse dispositivo constitucional ser alterado até dezembro, temos outros desafios no Congresso. E não gostaria que conservadores ficassem de fora, mais uma vez, da elaboração do obrigatório Plano Nacional de Cultura. +
Na minha humilde opinião, que pode estar completamente equivocada, precisamos nos debruçar sobre o PNC atualmente em vigor e fazer um diagnóstico do que ele propõe, dos péssimos resultados alcançados após 10 anos e de como podemos corrigir o problema no próximo PNC. +
Tenho acompanhado um debate muito rico no campo cultural produzido por alunos do professor Olavo (desculpem-me os hater, mas eles têm feito o dever de casa desde os anos 90). Questões como a importância da literatura clássica e sua influência na formação do imaginário, +
o descolamento do mito fundador da esquerda brasileira da vida prática do povo, as críticas à Semana de 22 e suas consequências, refletindo em uma arte brasileira empobrecida e monotemática, as influências da agenda esquerdista no imaginário cultural e suas consequências... +
Há uma infinidade de temas sendo debatidos de forma dispersa. Se quisermos que o Estado deixe de atrapalhar a arte, precisamos dar um passo de cada vez e ver o que é possível propor para o PNC a partir dessa infinidade de vozes conservadoras. +
Precisamos nos antecipar ao PNC se não quisermos ficar de fora, mais uma vez, desse debate. Não temos muito para onde correr. Eu acredito no potencial dos intelectuais conservadores. E, antes que me esqueça, #OlavoTemRazão. 🔚
